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Gazeta Paços de Ferreira

12/09/2024, 9:39 h

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Em defesa do SNS

Destaque Editorial

EDITORIAL

Esta operação de desmantelamento é dissimulada, para “passar” nos cidadãos menos informados, com a argumentação de que os privados apenas estão a complementar o serviço público, o que importa é assegurar o acesso à saúde e não quem presta esses serviços.
Mas o certo é que não é assim.

Por Álvaro Neto (Diretor da Gazeta de Paços de Ferreira)

EDITORIAL

 

 

PSD E CDS/PP nunca morreram de amores pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), universal e gratuito, demonstrando-o, logo à nascença, com os seus votos contrários, a quando da sua discussão na Assembleia da República.

 

 

Assim, é “natural” que, sendo Governo, não enjeitem a oportunidade para criar condições que conduzam ao seu gradual desmantelamento.

 

 

Por seu turno, o Partido Socialista (PS), apesar de ter votado favoravelmente a sua criação e de o seu destacado militante António Arnaut ser considerado o “Pai do SNS”, tem no seu histórico governativo práticas que deixam muito a desejar de (in)coerência - lembrem-se, por paradigmáticas, as “cativações” de Mário Centeno.

 

 

Nada que se estranhe, dado que estas formações políticas – umas mais do que outras – mas no fundamental todas, se submetem aos interesses do poder económico.

 

 

Ora a doença é um negócio muito lucrativo – o mais lucrativo logo a seguir ao do armamento – como, exemplarmente, o definiu uma alta responsável de um grupo económico da saúde.

 

 

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Assim, nesta linha de “coerência”, o actual Governo da AD (PSD/CDS/PP), tem em curso uma operação de desmantelamento do SNS, com vista à sua apropriação futura pelo sector privado da saúde, através da criação de algumas dezenas de Unidades Locais de Saúde – Modelo C, a ser geridas por grupos privados, municípios e terceiro sector (Misericórdias).

 

 

Esta operação de desmantelamento é dissimulada, para “passar” nos cidadãos menos informados, com a argumentação de que os privados apenas estão a complementar o serviço público, o que importa é assegurar o acesso à saúde e não quem presta esses serviços

 

 

Mas o certo é que não é assim.

 

 

Desta forma, o Estado está a transferir recursos públicos para os privados, que vão aliciar médicos e outros profissionais do SNS, com melhores remunerações que contribuirão para a sua expansão e aumento de lucros, enquanto , e em consequência, o SNS vai definhando, por falta de quadros e diminuição de financiamento público.

 

 

Mais de metade do Orçamento do SNS para 2024 (15 mil milhões de euros), cerca de oito mil milhões de euros, já está a ser entregue ao sector privado, sendo quase dois mil milhões de euros em compras de meios de diagnóstico e terapêutica (exames, análises e tratamento).

 

 

 

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