14/03/2024, 12:18 h
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EDITORIAL
EDITORIAL
Nas eleições legislativas do passado domingo verificaram-se alterações significativas no xadrez político nacional, com uma clara viragem à direita, traduzida na vitória da Aliança Democrática e na conquista por um partido de extrema direita de um lugar relevante no Parlamento, que o está a levar, desde já, para a discussão das opções governamentais da formação política vencedora das eleições.
Era previsível que tal viesse a acontecer, desde que o Presidente da República optou pela dissolução da Assembleia da República, na linha da sua estratégia de fazer pender o poder para a direita, já que constitucionalistas proeminentes defenderam que, perante a demissão do primeiro ministro, deveria solicitar a indicação, à maioria parlamentar, de uma personalidade que o viesse substituir.
E as pré-campanha e campanha eleitorais, que se seguiram, foram também excelentes oportunidades para os órgãos de comunicação social nacional, nomeadamente as televisões, evidenciarem o seu sectarismo e tudo fazerem para que essa orientação se espalhasse.
Também a gestão da vida pública pelo partido governamental e o enredo dos seus membros em casos desprestigiantes e alguns de duvidosa legalidade, foram fazendo crescer o descontentamento de cada vez mais amplos sectores sociais.
Em Paços de Ferreira os resultados eleitorais alinharam pela ordenação nacional: vitória da Aliança Democrática, segundo lugar para o Partido Socialista e terceiro para o Chega, uma ordenação que tem sido a tradicional nos últimos tempos nas eleições legislativas, apenas com uma excepção nas eleições legislativas de 2022, em que os socialistas venceram por maioria absoluta a nível nacional e também venceram em Paços de Ferreira.
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Assim, a partir das eleições autárquicas de 2013, que o Partido Socialista venceu até ao presente, verifica-se uma falta de sintonia nas votações: um concelho que vota PSD a nível nacional, vota PS a nível local.
Aqui se concretiza a especificidade das eleições autárquicas: o papel que os candidatos exercem nas opções dos cidadãos, pela proximidade, pelo conhecimento das qualidades que deles têm, pela obra realizada, subalternizando as opções políticas.
Com as eleições autárquicas previstas para o próximo ano, antevêem-se intensas movimentações políticas, com o PSD a tentar aproveitar a onda governamental, a procura de afirmação municipal da nova força política e o Partido Socialista, a arrumar a casa e avançar para obras que “encham o olho” aos munícipes.
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