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Gazeta Paços de Ferreira

30/03/2022, 0:00 h

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EDITORIAL Perceber a guerra

Destaque Editorial

Esta é uma guerra entre a Rússia e os Estados Unidos da América, que, por agora, tem por palco a Ucrânia, e que tem por base razões de geoestratégia, históricas e económicas, na sequência do fim da guerra fria e do desmoronamento da URSS.

A invasão da Ucrânia pela Rússia desencadeou uma multiplicidade de questões, que importa analisar e discutir com a serenidade e a racionalidade possíveis.

O que, infelizmente, não tem vindo a acontecer nos órgãos de comunicação social dominantes, especialmente das televisões, no estrito cumprimento da narrativa do pensamento único, dimanada de Washington e reproduzida, acriticamente, pelas, satélites, centrais europeias.

Declaramos, desde já, e para que não se suscitem quaisquer dúvidas, que condenamos a invasão da Ucrânia pelas tropas russas às ordens do regime ditatorial de Putin.

Lamentamos profundamente a destruição deste país e o enorme sacrifício provocado ao seu povo.

Mas não podemos de forma alguma contemporizar com a imagem unilateral, que se pretende fazer passar – da “diabolização” de um lado e da “santificação” do outro lado, e, fundamentalmente, da ocultação de quem é verdadeiramente o outro lado, para que não lhe sejam assacadas responsabilidades.

Sejamos claros.

Esta guerra não começou em 24 de fevereiro. Começou muito antes. Assim, importa conhecer o seu contexto histórico e político e quem são os seus verdadeiros protagonistas

Esta não é uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Esta é uma guerra entre a Rússia e os Estados Unidos da América, que, por agora, tem por palco a Ucrânia, e que tem por base razões de geoestratégia, históricas e económicas, na sequência do fim da guerra fria e do desmoronamento da URSS.

Lamentavelmente, a União Europeia, que se tem mostrado incapaz de se afirmar autonomamente perante os Estados Unidos, apesar da subalternização económica e política, e dos vexames que lhe foram, recentemente, infligidos, pela retirada, sem aviso, do Afeganistão e da imposta quebra de contrato de venda de submarinos pela França à Australia, vem acompanhando, irresponsavelmente, a escalada militar imposta pelo “Líder do Mundo” (Zelensky dixit….).

Os lideres de Bruxelas muito pouco se têm importado com as consequências do ricochete das sanções económicas decretadas à Rússia, na vida dos povos europeus – e elas aí estão à vista - nem com os elevados custos que terão de suportar para albergar os milhões de refugiados ucranianos e ainda para aumentar os seus (impostos) orçamentos militares.

(Enquanto isso, lá longe, o “Lider do Mundo”, que não leva para a”Terra da Liberdade” nenhum refugiado ucraniano, sorri de contente ao ver crescerem as hipóteses de vender mais do seu petróleo e do seu gás e, especialmente, do seu armamento militar).  

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