Por
Gazeta Paços de Ferreira

18/11/2021, 0:00 h

523

EDITORIAL Falta de trabalhadores na indústria de mobiliário

Editorial

A Imprensa nacional e local deu conta recentemente das preocupações dos industriais de mobiliário da região sobre a falta de mão obra para as suas indústrias.

Faltam essencialmente marceneiros, estofadores, maquinistas e serralheiros.

O representante da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins declarou ao Jornal de Negócios que o sector precisa de 5000 trabalhadores para entrada imediata.

Esta situação paradoxal – as preocupações gerais são normalmente voltadas para o desemprego – estará a causar às empresas prejuízos avultados, já que estarão a ser impedidas de aceitar novas encomendas e a prolongar os prazos para as entregas de encomendas já aceites.

Por seu turno, o portal Pordata , que analisou o vencimento médio dos trabalhadores por conta de outrem nos municípios portugueses concluiu que, em 2019, os trabalhadores de Paços de Ferreira ganhavam em média 886,70 euros, um salário dos mais baixos do Distrito do Porto, só tendo abaixo de si os trabalhadores dos concelhos de Lousada, Marco de Canaveses e Baião; inferiores à média nacional (menos 319,00 euros) e mesmo à média do Tâmega e Sousa.

Talvez aqui resida a escassa atractividade dos jovens pelo trabalho no sector do mobiliário, a que acrescem os tipos de contratos propostos, normalmente,  a prazo.

Contraditoriamente, o responsável da APIMA afirma, contudo, que o sector paga acima da média e que um estofador ganha normalmente à volta de “dois mil euros limpos por mês”.

Outros dados apontam para a escassez de mão de obra qualificada, que leva à a concorrência entre empresas pelos melhores profissionais.

O que nos devera levar a indagar que formação faz o sector do mobiliário (empresas) e as múltiplas instituições e empresas que fazem da formação o seu objecto social.

Desde logo as empresas: Cumprem o disposto no artigo 131º nº2 do Código do Trabalho, que estipula que o trabalhador tem direito em cada ano a um mínimo de 35 horas de formação contínua?

E as associações empresariais do sector, que contratam, anualmente, com o IEFP, dezenas de cursos de formação?

Que utilização tem sido feita do CFPIMM - Centro de Formação Profissional das Indústrias da Madeira e Mobiliário, situado em Vilela, Paredes?

Que orientação e destino se dá à Formação Escolar (Via Profissional) da Escola Vértice e das Escolas Secundárias e das Linhas Modelares da Profisousa?

Não será altura de se equacionar esta problemática sentando a uma mesa os agentes económicos, autárquicos, educacionais, políticos e sindicais?

Prefere-se estender o peito à “ bazuca” ou o recurso à  imigração, para que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma?

Opinião

Opinião

Cascas de banana…

17/08/2025

Opinião

De tostão em tostão… se alcança o milhão ou a dimensão colectiva dos direitos do consumidor

13/08/2025

Opinião

A Bolsa de Valores

11/08/2025

Opinião

Gastroparésia: Quando o estômago perde o ritmo

10/08/2025