27/10/2022, 0:00 h
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Aqui há dias começámos a pensar no tema para este Editorial e o nosso pensamento dirigiu-se para o tema da pobreza, que afecta milhões de pessoas no Mundo, na Europa, em Portugal e, eventualmente, por cá, pelo nosso concelho de Paços de Ferreira.
Mas logo de imediato nos assaltou a dúvida: valerá mesmo a pena tratar deste assunto da pobreza neste jornal local se a pobreza é uma situação que (aparentemente) não se verifica cá pelas Terras de Ferreira?
É claro que, se atentarmos no que nos vão dizendo as forças políticas hegemónicas cá do burgo e os seus suportes socio-económicos, pobreza é matéria de malandragem e ciganada, que não quer trabalhar (aqui há tempos até houve um “cromo” que se lamentava de oferecer “duas milenas” e não encontrar ninguém com vontade de se assalariar), e prefere viver dependurada nos RSIs, que “são pagos por nós, os que trabalham”.
No entanto, a realidade não é essa.
Paços de Ferreira não é, infelizmente, uma ilha de bem-estar. Antes pelo contrário.
Os pacenses estão a sofrer no seu dia-a-dia os efeitos da inflação, que lhes encurta os salários, já de si pouco elevados, diminui a capacidade de aquisição dos bens alimentares essenciais, nas camadas mais carenciadas, a fome começa a apertar, a ser negra.
Os pacenses estão a sofrer os efeitos dos elevados preços do gás e dos combustíveis: menos mobilidade, mais frio nas suas casas.
Ciente disto, o Governo, que infelizmente nos desgoverna, “amanhou” uns milhões dos muitos milhões que tem recebido dessa máquina impressora de papel moeda, conhecida por União Europeia, e foi entregando cá ao povo uns trocos, para o manter calado, e não começar a pôr em causa a “cartilha”, com que vem sendo catequizado pelos “evangélicos” do sistema político-económico comunicacional.
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Nos termos desta “cartilha”, idêntica no seu valor (ir)racional, à que Eça já ridicularizava no Crime do Padre Amaro, as causas disto residem numa guerra, que os nossos governantes não explicam, não querem explicar, nem deixam explicar, e querem que se pense que nada contribuíram nem estão a contribuir para ela..
E não querem que se pense e se lhes exija responsabilidades, muito em concreto, pelas causas da inflação, do crescimento dos preços da energia e dos combustíveis, que resultaram da sua entrada numa guerra que não era/não é sua, especialmente com essas irresponsáveis sanções económicas, que estão a ter os efeitos devastadores na Europa e em Portugal, que se desconhecem.
(Mas esse dia virá, estejam descansados…)
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