09/04/2022, 0:00 h
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Os povos europeus estão, neste momento, a ser confrontados com as consequências graves de duas guerras, sendo muito difícil avaliar qual delas mais danosa e prejudicial.
Uma guerra é a invasão e a agressão da Ucrânia pela Rússia, que está a destruir este país, provocar milhares de mortos e a saída de milhões de cidadãos do país.
A outra guerra é a guerra económica, consubstanciada nas sanções económicas decididas pelos próprios governos europeus à pressão, por imposição dos EUA, sem terem previamente avaliado o seu impacto real e global, e que, por efeito de ricochete, estão a atingir, senão mesmo a destruir, a sua economia e a afectar gravemente as condições de vidada das populações europeias, especialmente, das mais débeis e carenciadas.
A escalada dos preços, nomeadamente combustíveis, a paralisação de empresas, devido a custos incomportáveis com a energia, a ruptura no abastecimento, o aumento previsível do desemprego e da pobreza e das desigualdades são as consequências desta guerra económica.
O aumento do preço da energia deve-se às sanções aplicadas à Rússia, um dos maiores produtores de petróleo e gás do mundo e à especulação que surgiu no mercado, com as petrolíferas a aumentarem escandalosamente os seus lucros, perante a incapacidade dos governos em defenderem os consumidores.
A solução defendida pela EU pelos governos europeus de substituírem o petróleo e o gás russo por petróleo e gás americano não resolve o problema, pois gás e o petróleo americano, que é extraído de xisto, é muito mais caro, tornará as economias menos competitivas, e é insuficiente para suprir a totalidade das necessidades da Europa.
Ficando sem concorrência, os EUA ditarão os preços, e aumentará a dependência da Europa dos EUA, perdendo, assim, cada vez mais a sua voz no concerto mundial.
Joe Biden veio à Europa não para ajudar os europeus a encontrar uma solução para a guerra, mas para criar mais obstáculos para lhe por termo.
As declarações de Biden, nomeadamente as que visaram Putin, mostram claramente que os EUA estão mais interessados em prolongar a guerra, não se importando de sacrificar os ucranianos para pôr a Europa dependente dos EUA.
Biden nunca falou de paz, mostrou-se mais interessado em fornecer armas do que dar ajuda humanitária.
(Entretanto, há dias eram 3,77 milhões os ucranianos que já tinham abandonado o país)
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