06/12/2024, 0:00 h
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Educação Opinião ROSÁRIO ROCHA
EDUCAÇÃO
Por Rosário Rocha (Professora do AE Frazão)
Sempre ouvi a expressão “o tempo voa”, e cada vez mais a entendo.
Mas há uma questão que me assalta: porque é que o tempo não voa da mesma forma para toda a gente?
É quase certo que o tempo passa devagar para os pequenitos, a uma velocidade mais rápida para a meia-idade (onde me encontro) e quase à velocidade da luz para a terceira idade.
Ainda há pouco foi janeiro e já estamos novamente em dezembro!
Provavelmente ajuda a ludibriar a nossa mente o facto de começarmos a ver enfeites de Natal já em outubro e só os deixarmos de ver quase em fevereiro…
Por acaso é um facto que não me agrada pessoalmente… torna-se banal… perde-se a magia, no meu ponto de vista.
Dezembro: mês de magia
Acredite-se ou não no acontecimento que está na génese do Natal (o Nascimento de Jesus), o que é certo é que entramos no mês de dezembro e sente-se alguma magia no ar. É um mês luminoso e repleto de musicalidade. Mesmo não acreditando, as pessoas são envolvidas por vários sentimentos.
Nas escolas o ambiente também é diferente: decoram-se os espaços com um entusiasmo especial.
Ultimamente (e isso é visível nas redes sociais) as próprias Associações de Pais investem nas decorações, principalmente nos espaços exteriores.
Apareceram várias publicações em que os pais dedicaram um tempo do seu fim-de-semana para decorar as entradas das escolas, confiantes de que na segunda-feira, os pequenotes fossem surpreendidos e se sentissem envolvidos pelo espírito natalício.
É de louvar o empenho das pessoas, que abdicam do seu tempo pessoal em prol do bem-estar coletivo, sem esperar nada em troca. É de louvar tudo o que contribui para o bem-estar e para a felicidade dos nossos pequenos.
Dezembro: mês do Ser e não do Ter
Apesar de todo o brilho da época, acho que devíamos voltar ao espírito do Natal na sua génese: o Natal do Menino Jesus e não o Natal do Pai Natal.
O Natal da partilha, da cooperação, da ajuda, do Vizinho, do Amigo, da Família. Fugir da azáfama das compras desenfreadas e a única azáfama deveria ser a de conseguirmos juntar a família e cozinharmos em conjunto para essa malta.
Dezembro é um mês curto para tanta agitação da procura da prenda ideal para o pai, a mãe, a filha, a amiga…É um mês que devia ser calmo, em que se aproveitassem os momentos, mas o que é certo é que as pessoas andam numa correria louca, mais nervosas (mais que não seja com o dinheiro que vão gastar…) e sem tempo para partilhar com ninguém: até no dia de consoada os desejos de “bom Natal” são feitos a correr.
Não é fácil, mas era tão bom regressar ao tempo, em que na meiinha cabiam uns chocolatinhos e eram mais que suficientes (se bem que nem isso eu tive, e não fui menos feliz).
Era bom que voltássemos ao tempo de Ser Natal e não Ter Natal; de fazer acontecer; de (re)união, bem-estar, tranquilidade, sentir… O tempo em que mais do que o brilho de fora, de ostentar, de mostrar, sobressaía o essencial: o brilho interior.
Estamos a começar dezembro…vivam-no com alguma seriedade e responsabilidade, pois a seguir virá janeiro…e para muitos é um mês muito longo, à custa do mês anterior.
Vamos lá aproveitar cada dia deste mês…
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