07/05/2022, 0:00 h
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CICLO MENSTRUAL
Março é o mês marcado não só pelo início da Primavera mas, também, pelo dia da Mulher. Desta forma, não poderia não dedicar um artigo a algo que nos determina como mulheres: “o ciclo”.
Não é por não termos ciclo menstrual que deixamos de ser mulheres. Mas, quando nasce uma menina todo o fluxograma de ideias acerca do seu projeto de vida cai no crescer, ter ciclo menstrual tornando-se “mulher”, procriar e entrar em fase não fértil ganhando outra maturidade, outra sabedoria. Ou seja, automaticamente há uma série de planos pré-definidos para o género feminino que giram em torno do tempo do ciclo menstrual. Há quem o determine como a fase perigosa pela possibilidade de uma gestação sem querer. Há quem o determine como uma bomba relógio que um dia deixa de contar. Para além disso, ninguém se sente muito confortável com a temática menstruação. Como se fosse algo a esconder, a não ser lembrado ou algo sofrido.
De facto, o sangue está associado a duas palavras: sofrimento e libertação. O sangue surge quando nos magoamos mas é sinal de vida. Quando sangramos há um despertar para o que está a acontecer no nosso corpo. O ciclo menstrual é nada mais, nada menos do que uma possibilidade de nos despertar a atenção para o que está a acontecer no nosso corpo mensalmente.
Pode variar entre 21 a 35 dias dividindo-se em fase folicular (primeira fase do ciclo menstrual, antes da ovulação) e fase lútea (segunda fase do ciclo menstrual, após a ovulação). A fase lútea tem sempre a duração de 14 dias. Ou seja, a duração do ciclo irá sempre depender do tamanho da fase folicular.
A fase folicular inicia-se com o primeiro dia de menstruação. Desta forma, podemos ver a menstruação como um novo início, uma nova oportunidade de olhar para nós, de trabalhar a consciência e a conexão connosco próprias. Neste início a concentração da hormona estrogénio está baixa mas começa a aumentar até à ovulação. É a fase em que estamos mais disponíveis para nos mexermos, para o novo, para experiências.
A ovulação corresponde ao pico de estrogénios sendo, por isso, a nossa fase de maior eficiência, mais intuição, melhor memória e sistema imune mais activo.
Segue-se a fase lútea em que há um decréscimo de estrogénios e um aumento da progesterona. Esta é a hormona da calma. Daí que, nesta fase estamos mais sonolentas e mais disponíveis para comer.
A fase lútea é de extrema importância para a análise do nosso estado biopsicossocial, para a análise da nossa saúde. Se estamos sob stress, os conhecidos sintomas de tensão pré-menstrual surgem tais como insónia, tensão mamária, dor pélvica, incapacidade em gerir emoções ou vontade insaciável de doces. Necessitamos olhar para a secreção de progesterona e activar mecanismos tanto nutricionais como de estilo de vida que estimulam a sua produção. Quanto mais baixa esta for, mais de tensão pré-menstrual a mulher se queixará.
E por aí, como está esse ciclo menstrual?
Marta Gomes
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