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Gazeta Paços de Ferreira

05/11/2023, 0:00 h

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Cândido Ribeiro lança primeiro romance ‘A que distância fica o Céu do Purgatório?’

Cultura Literatura

Na Biblioteca Almeida Garrett, Porto

Esta obra do autor pacense, Cândido Ribeiro, incorpora uma reflexão sobre questões fundamentais da humanidade e o caminho que esta tem vindo a desenvolver em nome da evolução.

LITERATURA

 

 

É o primeiro romance do autor pacense, Cândido Ribeiro, que incorpora uma reflexão sobre questões fundamentais da humanidade e o caminho que esta tem vindo a desenvolver em nome da evolução. Lançado no último sábado, 14 de Outubro, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto, edição da Quântica Editora, enquadra grande parte da ação na cidade invicta.

 

 

A obra, de pendor histórico - uma viagem entre a vida e a morte, numa espécie de confronto entre a espiritualidade e a ciência sobre qual o papel e responsabilidade de cada indivíduo na sociedade - ganha corpo seis anos após a 1ª edição do mesmo autor, este com conteúdo técnico “Organização e Gestão de Obras – Otimizar Resultados”, uma espécie de manual de obra.

 

 

Escrever é para o autor “uma forma de não ficar só, de me libertar de momentos de maior isolamento”, enquanto percorre outros hemisférios no exercício da actividade profissional, pela América Central e África, entre outros.

 

 

No evento de apresentação, perante um auditório a ‘rebentar pelas costuras’, que o próprio Jorge Sobrado, Director do Museu do Porto e das Bibliotecas Municipais da cidade, fez questão de notar, Cândido Ribeiro aludiu à folha em branco no momento em que iniciou este romance, numa espécie de ode ao desafio da folha de papel, ora “fantástico” ora de “apreensão”, e até o “medo que se instalou”, admitiu o autor, antes de se deixar ele próprio escorrer para o papel que deixava de ser em branco para a seguir “aceitar as letras, as palavras, as frases e ideias, como se nada tivesse a ver com o assunto. Aceitou a razão ou a emoção, a verdade ou a mentira, o bem e o mal, o humor ou sisudez, o amor e o ódio, o sim e o não”, disse Cândido Ribeiro no evento de apresentação.

 

 

Ficou na palavra de Pedro Olavo Simões, jornalista, coordenador editorial da Revista ‘Jornal de Notícias História’ a rédea de percorrer o enredo, tendo deixado o desafio ao autor para “continuar”.

 

 

O Jornalista interpretou um poema de Joaquim Veiga Ribeiro, pai do autor, numa singela homenagem, à qual Cândido Ribeiro deu continuidade ao declamar o poema ‘Brinquedo’, de Miguel Torga, que o pai lhe ensinou aos 8 anos, e que sabe de cor, desde então.

 

 

Também António Malheiro, Director da Quântica Editora desenvolveu a relação de muitos anos que tem com o autor, referindo que leu o romance com prazer e que este, irá fazer arte das suas prendas de Natal.

 

 

Acima de todas as diferenças e crenças, o autor recorre à cidade do Porto para encenação – com toda a sua história invicta, cultura, as suas gentes, bem como os seus jardins e o Douro, o rio que é personagem – para abordar a importância e o papel das religiões e da ciência, tentando recolocar a sua relevância e persuasão na atuação dos dias de hoje, visto que os indicadores evidenciam que não habitamos sociedades mais felizes.

 

 

Nesta “viagem” entre a vida e a morte, o autor remete para dúvidas ancestrais. O que faço e quero da vida, para onde vamos e o pós-morte, tomados que estamos pela tecnologia e beneficiando da evolução da ciência, melhor, das ciências.

 

 

Cândido Ribeiro utiliza diálogos animados, apontamentos de humor e até suspense, para manter o leitor preso ao enredo histórico.

 

 

 

 

O autor

 

 

Joaquim Cândido Castelo Veiga Ribeiro nasceu em Moçambique em 1960, licenciou-se em Engenharia Geotécnica pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto e concluiu o grau de Mestre em Georecursos pelo Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa em 2001.

 

 

Iniciou a atividade profissional em empresas do setor da construção civil e obras públicas em 1986, tendo participado em algumas das maiores obras públicas de construção de Portugal, tais como o programa das concessões rodoviárias em regime de PPP, a construção da Barragem do Baixo Sabor e o lançamento do projeto ferroviário de alta velocidade TGV, acompanhando não só a respetiva gestão operacional e funcional, mas também a administração do negócio.

 

 

A sua experiência profissional tem-se desenvolvido em Portugal e em vários países estrangeiros, dos quais se destaca pelo volume de negócios e duração, Moçambique, Angola, Argélia, Bolívia e a região da América Central, onde tem desempenhado funções de gestão de topo e de administrador executivo.

 

 

Em 2017 publicou um livro técnico intitulado, “Organização e Gestão de Obras – Otimizar Resultados” e conta com duas participações na edição “Entre o sono e o sonho” - Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea.

 

 

Tem como hobby a escrita e fotografia.

 

 

Na juventude praticou desporto, integrando a 1ª equipa de hóquei em patins formada pelo Clube Desportivo e Cultural Juventude Pacense

 

 

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A Obra

 

 

A pergunta, “A que distância fica o Céu do Purgatório”, é o motivo para uma reflexão sobre questões fundamentais da humanidade e o caminho que esta tem vindo a desenvolver em nome da evolução. O autor estimula o leitor a deduzir as suas próprias conclusões, fruto das convicções individuais e experiências de vida, procurando contribuir para o exercício, sem qualquer intenção de moralizar, mas sim de sugerir a abertura à interpretação de cada um, numa compreensão comum acima de todas as diferenças e crenças.

 

 

Destaca-se o confronto entre a espiritualidade e a ciência, perante o cenário da evolução, em que muito poucos são atores. É abordada a importância e o papel das religiões e da ciência, tentando recolocar a sua relevância e persuasão na atuação dos dias de hoje, visto que os indicadores não evidenciam que se tenha vindo a promover sociedades mais felizes.

 

 

Por este motivo, é tão importante sacudir os humanos, motivá-los para a reflexão sobre temas que não agradam à mente, mas que na verdade são de capital importância para todos, garantindo sempre sentido crítico e liberdade de pensamento e atuação.

 

 

Para encenação, é narrada uma viagem entre a vida e a morte, onde se colocam as questões ancestrais dos humanos; o que faço e quero da vida, para onde vamos e o que acontecerá após a morte, procurando-se perceber a resposta que uns e outros vão dando às sociedades, tendo presente a influência do desenvolvimento tecnológico e das ciências, em particular as ligadas à saúde, num ambiente em que a humanidade vive embriagada pelas promessas de uma vida mais longa e juventude prolongada e, em que os valores espirituais vão perdendo adeptos e, consequentemente, muitos dos princípios fundamentais.

 

 

Os animados diálogos, o suspense e os apontamentos de humor, vão dando vivacidade ao romance que se desenvolve na cidade do Porto, realçando os seus magníficos encantos, como a rica e longa história da invicta cidade, a sua cultura, as suas gentes, os seus variados e encantadores espaços, onde se destacam os lindos jardins e, claro, o inevitável Rio Douro que ao logo da narrativa vai assumindo crescente importância, podendo mesmo considerar-se como uma das personagens da história.

 


 

 

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