19/01/2024, 0:00 h
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Desporto Opinião Pedro Queirós
DESPORTO
Por Pedro Queirós
COMENTÁRIO DESPORTIVO
A CAN é das minhas competições favoritas. Talvez, em termos futebolísticos, não seja tão rica como o futebol europeu, mas tem tudo o resto: é imprevisível, bons jogadores (desconhecidos para a maioria das pessoas) e ambiente de festa total, enriquecido pelo povo africano equipado a rigor com as vestimentas que tão bem o caracteriza.
A edição de 2024 é a mais “portuguesa” de sempre. Participam Angola, Moçambique, Cabo Verde e Guiné Bissau. Embora a estas não seja apontada a vitória final, estão dois portugueses no lote de candidatos ao título: Rui Vitória é selecionador do Egito, seleção do Faraó Salah; José Peseiro treina a Nigéria e já está a ser contestado por ter convocado apenas 25 jogadores, num máximo de 27, e de ter desmaiados avançados no lote.
Para além de Egito e Nigéria, a anfitriã Costa do Marfim, a Argélia, os Camarões, o Gana, que procura limpar a má imagem que deixou em 2022, o campeão em título Senegal e o, talvez, super favorito Marrocos partem como favoritos. Este favoritismo extra dos marroquinos vem do brilhante campeonato do Mundo que disputaram e que tentam replicar, mas para isso terão de assumir o jogo ao invés de apostarem num bloco defensivo compacto e de jogar no erro adversário, que os levou às meia finais do mundial.
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Na CAN joga-se mais do que futebol. É a oportunidade que aquelas gentes têm de mostrar ao mundo o melhor deles. Na grande maioria, tratam-se de nações subsarianas, pouco desenvolvidas e que usam o torneio para mostrar exemplos de superação. Ainda na última edição, Sadio Mané foi o rosto da conquista senegalesa. Ele, nascido numa aldeia sem condições mínimas, usa atualmente o seu estatuto e o seu dinheiro para construir escolas, hospitais e instalações desportivas para os seus conterrâneos. A CAN é muito isto. Por isso é triste ver as declarações de Jurgen Klopp, por exemplo, que admitiu o seu desejo de ver o Egito eliminado na fase de grupos para que Salah regresse mais cedo que o previsto.
Estes homens vão representar o seu país na maior competição de seleções africanas, enaltecer a sua cultura e o seu povo. A CAN é uma competição fora do habitual, apresenta um futebol alternativo e deve ser vista com mais respeito. Tem muito para dar a quem gosta de futebol.
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