05/04/2025, 9:10 h
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CULTURA
Por Cláudia Pereira (Espaço Ocupar)
Não criei expectativa nenhuma, permiti-me apenas sentir tudo com intensidade e ser conduzida pelo ritmo da vida. Estando consciente da diferença cultural que iria encontrar, senti o maior impacto no que diz respeito ao estilo de vida.
Diria, que talvez a frase que mais entoada em todo o lado era o “Pole Pole”, que em swahili significa caminhar devagar, no teu ritmo, ter calma. Foi completamente transformador estar envolvida nesta cultura, permitiu-me conectar-me com os outros e comigo mesma, desacelerar um pouco da nossa vida frenética.
Sabem aquelas pessoas, que mesmo com pouco, estão sempre dispostas a dar aos outros? Estavam sempre disponíveis a servir uma refeição em abundância, ou ajudar-nos em qualquer circunstância, fizeram sentir-me em casa.
E a missão com as crianças? Foi maravilhosa! No primeiro minuto, que abrimos as portas da escola de Ejos os mais pequenos vêm a correr na nossa direção, com um sorriso genuíno e cheios de energia. Tivemos a oportunidade, durante duas semanas, a dar apoio na língua inglesa, de auxiliar os professores em sala de aula e, como devem imaginar, os intervalos eram cheios de brincadeiras, de abraços apertados de amor, e eu parava muitas vezes só a observar o quanto aquelas crianças eram humildemente felizes, com tão pouco.
Por fim, na Escola Moivo, participamos no momento da distribuição da refeição e aí foi um mix de sensações: estar grata por ver a mudança a acontecer, devido ao apoio dos padrinhos, e angustiada, quando vi outras crianças sem esse direito, crianças essas, que na sua pura inocência, continuavam a brindar-nos com os seus sorrisos.
Voltei com a sensação de que fiz a diferença na vida destas crianças e que dei a mim mesma um sentido maior à minha existência. Reafirmando, ainda mais, a necessidade de empatia com os outros.
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