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Gazeta Paços de Ferreira

19/02/2023, 0:00 h

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A mensagem vinda do futuro

Opinião Ricardo Neto

OPINIÃO

O nosso governo, não pode viajar até ao tempo da Troika, e evitar que se congele as carreiras dos professores, mas pode investir e melhorar a escola pública de hoje! Se a máquina de Ron Mallett fosse construída hoje, certamente do futuro receberia uma mensagem dizendo: Invistam na educação, por favor!

Ricardo Jorge Neto

 

E se pudéssemos voltar ao passado, para mudar um determinado momento? Quem nunca teve este pensamento? Mas vida é uma linha contínua, onde os acontecimentos se atropelam como cartas, que se precipitam dum castelo condenado a espalhar-se pelo chão da sala. Voltar atrás no tempo e segurar aquela carta, que caiu na outra, e fez todo o resto desmoronar, é num primeiro pensamento, a solução perfeita para muitos dos problemas, que todos enfrentamos na vida. Ou será que… apenas encontraríamos um caminho diferente, para o problema surgir de novo?

Imaginem que um cientista, durante a Grande Guerra, construía uma máquina do tempo, e no dia seguinte, viajava até 1930, e matava Adolf Hitler. Quando regressasse ao seu tempo, saindo da máquina exclamaria para os seus colegas:
- Companheiros, matei o Hitler!!! – e certamente eles responderiam:
- Quem? Se ainda fosse o Karl Arutnev…

Apesar de ter lido algo parecido, no livro ‘A máquina do Tempo’ de H.G.Wells, Ron Mallett decidiu, com apenas 10 anos, que um dia iria construir uma máquina do tempo, para voltar a ver o seu pai, que morrera de ataque cardíaco. O seu desejo era viajar até ao passado, e alertar o seu pai para parar de fumar, evitando assim a sua morte fulminante.

Ron Mallett tornou-se num estudante afincado, e viria a ser um reconhecido professor de Física na Universidade de Connecticut. O seus estudos aprofundados sobre buracos negros, espaço-tempo e gravidade, baseados nas teorias de Albert Einstein, permitiram-lhe obter um amplo conhecimento sobre a forma como o tempo existe e como ele é gerado.

 

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Contudo, ainda não conseguiu forma de viajar até aquele momento da vida do seu pai. Ron Mallett ainda está longe da possibilidade de viajar no tempo, mas construiu um modelo teórico, que a ser provado, será uma revolução com contornos inesperados.

No seu postulado, a máquina que ainda não construiu e que pretende construir, conseguirá viajar no tempo. Mas não da forma que sonhara, apenas poderá enviar informação do passado para o futuro e vice-versa … e tem um outro entrave, aquela máquina apenas poderá receber informação, enviada por si mesma. Ou seja, se construísse a máquina hoje, no futuro, o passado mais longínquo seria hoje.

Pode parecer meio decepcionante e confuso, mas esta possibilidade, a ser real, mudaria o mundo para sempre. A máquina não poderia avisar ninguém da pandemia em 2019, mas se hoje iniciasse o seu funcionamento, poderia receber uma mensagem dizendo que amanhã, haveria um sismo em Lisboa!

Mas enquanto Ron, e toda a restante humanidade, não descobrem forma de construir uma máquina do tempo, resta a humanidade utilizar a melhor ‘máquina do tempo’ à sua disposição: a educação!

Com a educação, podemos criar melhores cidadãos no futuro, que um dia se tornarão em boas referência do passado, para os seus descentes. Se a educação do pai de Ron incluísse a informação sobre os problemas do tabagismo, talvez nunca tivesse fumado! Se o respeito e a tolerância fossem parte da educação, e ensinados por exemplo em aulas de cidadania, no início do século passado, talvez o cientista não necessitasse de viajar ao passado para matar Hitler, ou outro qualquer nazi, surgido noutro universo paralelo.

A educação nunca será um ‘negócio’ rentável agora, mas será sempre o melhor investimento que uma sociedade pode fazer!

O nosso governo, não pode viajar até ao tempo da Troika, e evitar que se congele as carreiras dos professores, mas pode investir e melhorar a escola pública de hoje! Se a máquina de Ron Mallett fosse construída hoje, certamente do futuro receberia uma mensagem dizendo: Invistam na educação, por favor

Ricardo Jorge Neto

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