Por
Gazeta Paços de Ferreira

17/12/2021, 0:00 h

146

A educação continuará a ser o parente pobre?

Educação

O que não me parece bem é andar a mendigar, seja a quem for: Câmara, Juntas de Freguesia, instituições em geral. Não há nenhum professor que tenha que mendigar para si, nem que agradecer encarecidamente a quem colabora. Senão, há que agradecer aos pais, aos vizinhos, à coordenadora da Escola, ao Diretor, em última instância ao Ministério

Cá estou eu a opinar novamente numa situação que me tem incomodado e quem me conhece sabe que há coisitas que me remoem e que não consigo deitar muito para trás das costas.

As escolas têm alguns documentos, que elaboram em conjunto com a comunidade educativa: o Plano Anual de Atividades é um deles.

É elaborado no final do ano letivo, para implementar no ano seguinte. As atividades têm essencialmente um carácter pedagógico, com objetivos específicos, que devem ir de encontro à melhoria dos resultados académicos e sociais, à interação com a comunidade, à melhoria do clima de escola, entre outros…

Ora, no Agrupamento de Escolas de Frazão (não sei exactamente como é nos outros), os professores têm feito uma aposta grande em dinamizar atividades centradas no meio local.

Há cerca de 3-4 anos que, de forma gradual, os alunos saem com alguma regularidade para o meio circundante, seja parques, seja instituições, seja outros locais que tenham um objetivo pedagógico.

 

Roteiro da Rota do Românico

 

Esta tem sido uma aposta do Agrupamento! Tem integrado o seu Plano Anual de Atividades.

Este ano letivo a Câmara propôs uma atividade para algumas turmas do 4º ano, uma espécie de roteiro da rota do Românico.

As turmas do nosso Agrupamento, que não foram abrangidas, organizaram também esse mesmo roteiro.

Aliás, a visita dos 4ºs anos foi bem mais abrangente do que a proposta pelo município. Mas, sem necessitarmos da subserviência de ninguém, convém frisar que a proposta das atividades foi nossa enquanto Escola.

Ultimamente, tenho assistido nas redes sociais a comentários e discussões, que, confesso, me enervam!

 

Autocarros

A história dos autocarros com apoiantes e opositores a manifestarem-se. Uns, porque parece que só saem das escolas porque apareceram os autocarros; outros, porque os autocarros servem de propaganda política e então ou apoiam ou combatem, mediante as sensibilidades políticas.

 

Caramba, sempre houve visitas de estudo, com maior ou menor custo para as famílias ou escolas. Mas, se temos a possibilidade de ter o transporte gratuitamente, também não deveremos aproveitar?

 

A Escola não tem que mendigar

 

O que não me parece bem é andar a mendigar, seja a quem for: Câmara, Juntas de Freguesia, instituições em geral. Não há nenhum professor que tenha que mendigar para si, nem que agradecer encarecidamente a quem colabora. Senão, há que agradecer aos pais, aos vizinhos, à coordenadora da Escola, ao Diretor, em última instância ao Ministério.

A Escola não tem que ser refém de todos esses elementos. A Escola tem unicamente que fazer o melhor possível pelos seus alunos. A comunidade em geral, onde se inserem as instituições, deve igualmente, e de forma desinteressada, colaborar. Todos juntos devem, sem andar em lamechices nem aproveitamentos, criar as condições para que a educação deixe de ser o parente pobre e tudo o que se fizer será sempre pouco para os nossos alunos.

Termino referindo que as instituições são uma mais-valia, sem dúvida, sejam particulares, sejam públicas, como as Juntas e a Câmara. Não lhes retiro a importância e devem ajudar e colaborar, pois estão ao serviço da comunidade, onde também se inserem as escolas.

Neste caso, o que me irrita é que as escolas parece que são bolas de ping-pong, com muitos de nós a porem-se a jeito…

O seu a seu dono! Incomoda-me que haja atividades idealizadas e dinamizadas pela Escola sejam tomadas pelos outros, com os organizadores a porem-se a jeito…e os críticos da oposição a “malhar” só porque são da oposição.

É altura da Educação deixar de ser o parente pobre e o “bombo” da festa…

 

 

Rosário Rocha

Opinião

Opinião

Cascas de banana…

17/08/2025

Opinião

De tostão em tostão… se alcança o milhão ou a dimensão colectiva dos direitos do consumidor

13/08/2025

Opinião

A Bolsa de Valores

11/08/2025

Opinião

Gastroparésia: Quando o estômago perde o ritmo

10/08/2025