20/10/2025, 0:00 h
13
LITERACIA FINANCEIRA
Por Raquel C. Silva (Economista)
Assim, uma boa maneira de diminuir os riscos dos investimentos na Bolsa (depois de todos os passos mencionados anteriormente nos 2 primeiros artigos sobre a Bolsa), pode ser não começar com investimentos avultados.
Muitas correctoras permitem hoje inclusivamente a compra de acções fracionadas, ou seja, comprar apenas parte de uma acção em vez da acção inteira. Com €10 já se pode investir na Bolsa. Depois, à medida que vai aumentando o seu conhecimento (sobre o funcionamento da Bolsa e sobre aquela empresa e sector em particular) pode decidir aumentar o investimento naquela acção, ou até, por outro lado, decidir não investir mais naquela empresa/acção e vender a acção (ou a parte dela) que possui.
Por falar em vender… Vamos falar de mentalidade. Uma mentalidade forte por parte do investidor é importantíssima. Como assim? Conforme já explicado, os preços vão sofrendo oscilações. Vai haver (a questão não é “se”, é “quando”) alturas em que algumas acções (ou todas elas) vão estar no vermelho.
Vamos voltar ao período do início da Covid-19: a Bolsa de Valores afundou-se completamente no vermelho; todas as acções caíram vertiginosamente. Será que isso significa que empresas como Microsoft, Amazon, Meta (Facebook), entre outras, perderam repentinamente o seu valor? Claro que não.
Se o investidor fez o seu “trabalho de casa” e estudou minimamente estas empresas, saberia que as suas qualidades não tinham desaparecido. A sua queda não se deu por algo interno e muito menos expectável (não foi má gestão, não foram negócios mal-sucedidos, não foi mau marketing). Foi algo externo a todas elas e fora do controlo de todas: uma pandemia.
Numa altura dessas, quem tivesse investido nessas empresas teria uma única coisa a fazer: esperar. Mais tarde ou mais cedo, a pandemia iria abrandar ou acabar, e estas empresas voltariam a valorizar e a ser comercializadas a um preço aproximado do seu justo-valor.
Quem, por outro lado, entrasse em pânico e vendesse tudo, talvez com medo que as acções ainda caíssem mais, teve perdas que podem ter sido avultadíssimas. Daí a importância da mentalidade forte; de saber que, se avaliámos bem as empresas, não deve ser um vermelho temporário que nos deve fazer duvidar.
Como diz Warren Buffet: "Seja ganancioso quando os outros têm medo, e tenha medo quando os outros são gananciosos". Esta frase reflete a estratégia deste conhecido investidor, contrária ao sentimento do mercado.
Basicamente, ele sugere que os investidores devem procurar oportunidades de compra quando o mercado está em pânico, e serem cautelosos quando o mercado está eufórico. Buffett acredita que momentos de pânico no mercado, onde os investidores vendem as suas acções por medo, podem criar ótimas oportunidades de compra a preços mais baixos.
Quando todos estão a vender, ele procura comprar acções de empresas sólidas (tal como as mencionadas acima) que acredita terem potencial de longo prazo. Por outro lado, quando o mercado está excessivamente optimista e a ganância se apodera dos investidores, Buffett tende a ser mais cauteloso. Nesses momentos, os preços podem estar inflacionados e o risco de perdas é maior.
Em resumo, a ideia é focar no valor: analisar o valor intrínseco das empresas e não se deixar levar pela emoção do mercado. Essa abordagem de investimento, embora desafiadora, pode levar a grandes retornos a longo prazo, pois permite por um lado encontrar “saldos” (comprar bons activos a preços mais baixos) e por outro vender quando o mercado está mais optimista, podendo assim transacionar com lucro.
ASSINE A GAZETA DE PAÇOS DE FERREIRA
Opinião
20/10/2025
Opinião
19/10/2025
Opinião
19/10/2025
Opinião
19/10/2025