26/10/2024, 10:41 h
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OPINIÃO
Por Cristiano Ribeiro (Médico e Militante do PCP)
Para a sua implementação, houve o magnífico contributo benévolo de alguns amigos, desde a cedência de equipamentos como estantes e mesas até à doação de livros. Foi possível assim criar quase sem custos um espaço público agradável, aberto à população em geral, a crianças, jovens e adultos de todas as idades.
Na inauguração estiveram presentes muitos convidados e amigos, público em geral, que puderam testemunhar o nascimento de um inédito projeto cultural, de origem popular e autónomo na sua concepção, concretização e funcionamento, aberto a diálogo, cooperação e parcerias com outras instituições culturais de diferentes interesses e regiões.
O legado atual da Biblioteca é constituído por catálogos, enciclopédias, dicionários, literatura diversa, como romances, livros de contos, livros de História do Mundo e de Portugal, livros policiais, livros de ficção científica, poesia, teatro, monografias e muitas outras temáticas. São cerca de 1900 os livros atuais, devidamente catalogados e organizados, distribuídos por sectores diferenciados. Todos estão ao dispor da comunidade.
Ler, consultar ou pesquisar, ou fruir cultura, constitui-se assim em oportunidade à mão de desenvolvimento intelectual para amplos e diversificados sectores. Há assim um notável projeto em construção.
Um dos grandes objectivos da Biblioteca Espaço C é também o de promover eventos culturais diversos, como o lançamento de livros, leitura de textos e contos, iniciativas de debates e tertúlia, grupos de interesse cultural ou artístico.
Para assegurar um funcionamento o mais acessível possível, foi criado um grupo de voluntários chamados Amigos da Biblioteca, que, constituído por pessoas com tempo e disponibilidade, ajudarão e colaborarão.
Relembro. No ano de 1931, Federico Garcia Lorca proferira na inauguração da Biblioteca Pública de Fuentevaqueros, sua aldeia natal, uma alocução dirigida ao povo.
O poeta e dramaturgo andaluz, num texto irrepetível, falou do livro e da sua difusão, do livro como fonte de saber e de dignidade.
Ele, que calcorreara terras de Espanha, ao lado de comediantes, com (cito um inteletual) “poesia na sacola e a esperança nos lábios”.
Ele que afirmava que nunca tinha um livro, porque oferecia todos os que comprava.
Ele que afirmava ter muito mais pena de um homem que quer aprender e não pode, do que de um faminto.
Ele que afirmava que se tivesse fome e se encontrasse desvalido na rua, não pediria um pão, antes pediria meio pão e um livro.
Ideias interessantes. Ou transformadoras. Ou mesmo salvadoras.
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