18/01/2021, 20:02 h
129
A psicose é caracterizada pela redução ou quebra de limite com a realidade, com uma tradução negativa na relação com o outro.
O risco de se desenvolver psicose pelo menos uma vez ao longo da vida é de 1%, sendo este risco superior na presença de história familiar. O intervalo de idades entre os 16 e os 35 anos constitui o período mais suscetível para tal.
São múltiplas as causas de psicose: doenças psiquiátricas (esquizofrenia, doença bipolar…); demência; alguns tipos de epilepsia; privação do sono; situações de stress intenso; alguns medicamentos e drogas (como o álcool e a cannabis); período pós-parto (situação rara, mas potencialmente muito grave), entre outras.
A doença mais patognomónica da psicose consiste na esquizofrenia - uma doença psiquiátrica grave, crónica e incapacitante, e que está associada a uma taxa de suicídio significativa (até 10%).
Os sintomas mais frequentes da psicose são os delírios (acreditar numa ideia e tê-la como verdade absoluta apesar das evidências ditarem o contrário) e as alucinações auditivas (p. ex ouvir vozes de pessoas a comentar sobre si ou a insultá-lo). O discurso pode ser confuso, o que reflete um pensamento desorganizado que, por sua vez, pode dar origem a comportamentos bizarros. Frequentemente, estes indivíduos isolam-se, perdem o interesse e motivação por atividades do dia-a-dia, tem decréscimo do rendimento escolar ou laboral e apresentam alterações do sono. Ao contrário do senso comum, os doentes com sintomas de psicose, como os esquizofrénicos, raramente são agressivos e, quando tal ocorre, mais frequentemente acontece no seio familiar.
Relativamente ao tratamento, podemos dizer que quanto maior o tempo da doença não tratada pior será o prognóstico e daí que o tratamento deva ser iniciado o mais rapidamente possível. Os familiares e amigos terão, neste aspeto, um papel importantíssimo, nomeadamente no reconhecimento atempado dos sinais e sintomas do doente, já que a maioria dessas pessoas não reconhecem que estão doentes e que precisam de tratamento. O médico de família pela proximidade que apresenta e o delegado de saúde da área de residência poderão também ser importantes no diagnóstico e orientação dando início a um processo, que poderá culminar num internamento contra a vontade do doente, mas cujo intuito é melhorar a sua saúde e o seu prognóstico.
A identificação e o tratamento precoce dos sintomas são muito importantes para prevenir danos irreparáveis a nível pessoal, familiar, laboral e social.
Margarida Barros
Opinião
17/08/2025
Opinião
13/08/2025
Opinião
11/08/2025
Opinião
10/08/2025