Por
Gazeta Paços de Ferreira

04/03/2021, 13:47 h

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VAMOS FALAR DE DOENÇA MENTAL |Perturbação do Uso de Substâncias

Margarida Barros

O consumo de substâncias psicoativas remonta aos primórdios da humanidade e a sua utilização representa um importante problema de saúde pública. Esta patologia causa muito sofrimento às pessoas e tem impacto a nível pessoal, familiar, social e laboral.

A Perturbação do Uso de Substância (PUS) consiste num conjunto de sintomas que contribuem para o uso continuado de uma substância apesar dos problemas secundários nocivos. Caracteriza-se por um forte desejo de consumir; dificuldade em controlar o comportamento; necessidade de subir a dose; abstinência sem a substância e abandono progressivo de prazeres e interesses.

O início dos consumos são associados à procura do prazer e da diversão mas, contudo, apenas 20% dos consumidores reporta estes motivos. A sensação de conforto, confiança, energia, controlo da ansiedade, da depressão, da dor, do tédio e da desesperança são outros dos motivos detetados. De facto, 50% da população consumidora de drogas padece de patologia psiquiátrica. Por exemplo, um doente deprimido pode desenvolver uma PUS (ex: álcool) ao utilizá-lo como “anestésico” dos seus sintomas.

Na maioria das drogas, o seu consumo experimental, não leva, por si só, ao abuso e à dependência. A PUS relaciona-se com as características químicas da substância, com o perfil psicológico do consumidor e com o meio onde está inserido. O género masculino, níveis socioeconómicos mais baixos, a baixa tolerância à frustração, fraca autoestima e a necessidade de aprovação social são algumas das características de suscetibilidade. As drogas que causam grande dependência são a heroína, a cocaína e o álcool, enquanto o tabaco, a canábis, o café, o ecstasy e o LSD provocam-na em menor grau. O canábis, vistos por muitos como inofensivo, pode, em indivíduos predispostos, acelerar o aparecimento de doenças mentais graves. A substância mais utilizada e abusada é o álcool. Em relação às drogas ilícitas, a mais consumida é a canábis.

O tratamento requer carácter voluntário e motivação. Um doente coagido resulta em insucesso terapêutico. O prognóstico é reservado e pautado por múltiplas recaídas. A prevenção é a principal forma de atuação.

Em Portugal, as dependências de substâncias são abordadas nos Centros de Resposta Integrada (CRI).  Em Paços de Ferreira existe uma Equipa de Tratamento onde os doentes podem recorrer, de forma autónoma, a fim de agendar uma consulta, para posterior acompanhamento por uma equipa especializada e multidisciplinar.

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