Por
Gazeta Paços de Ferreira

03/04/2021, 1:15 h

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VAMOS FALAR DE DOENÇA MENTAL Perturbações do Comportamento Alimentar

Margarida Barros

As Perturbações do Comportamento Alimentar (PCA) englobam um conjunto de doenças com características comuns: sobrevalorização do peso e forma corporal; perturbação do comportamento e hábitos alimentares com vista ao controlo do peso; e disfuncionalidade psicológica e/ou física com prejuízo clínico (que pode ser tão grave que leve à morte).

A prevalência das PCA é baixa (0.5-4.2%), embora esteja, provavelmente, subestimada, dado que os doentes ocultam, frequentemente, os sintomas e comportamentos. Todas as PCA são mais frequentes no sexo feminino.

A Anorexia, a Bulimia e o Binge Eating são as PCA mais comuns. Atualmente, acredita-se na existência de um modelo transdiagnóstico sobretudo pelo facto de grande parte destes doentes alternarem de uma doença para outra.

A Anorexia consiste na existência de peso inferior para a idade, sexo e etapa do desenvolvimento. No estabelecimento da gravidade tem-se em conta o Índice de Massa Corporal, sendo que valores < 15kg/m2, são considerados mais graves (podendo motivar o internamento). Estes doentes cumprem dietas muito rígidas, realizam exercício físico intenso e podem recorrer ao vómito e uso de laxantes para controlo do peso. É comum apresentarem uma distorção da imagem corporal vendo-se como alguém com mais peso do que aquele que realmente têm.

O Binge Eating consiste na perda de controlo e ingestão de grandes quantidades de comida num curto período de tempo (comparativamente ao que outra pessoa comeria na mesma situação). Muitas das vezes estes doentes não têm fome e comem até se sentirem desconfortáveis, o que provoca um sentimento de culpa e vergonha.

Na Bulimia existem comportamentos de Binge Eating aliados a comportamentos compensatórios (vómitos, laxantes, exercício físico…) com vista ao controlo das calorias ingeridas em excesso e manutenção do peso – que, neste caso, contrariamente à Anorexia, é normal.

As PCA causam vários problemas físicos como osteoporose, lesões cardíacas e/ou intestinais. Frequentemente, coexistem as perturbações depressivas, de ansiedade, abuso de substâncias e risco acrescido de suicídio, principalmente na Bulimia.  

A sociedade, os ideias de beleza, os amigos e a família são importantes na prevenção destas patologias, mas também na sua criação. Deve-se encorajar hábitos alimentares saudáveis e evitar abordar insistentemente o tema das dietas perante crianças e adolescentes, bem como criticar ou julgar o aspeto físico e/ou o peso de forma negativa. O tratamento deve ser iniciado precocemente, envolvendo uma equipa multidisciplinar e incidindo na psicoterapia.

Margarida Barros

https://youtu.be/1Y6R4r1CI9Y

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