Políticas desportivas municipais

Já aqui enunciei, neste espaço, em duas oportunidades anteriores, algumas das minhas ideias para o desenvolvimento do futebol, do futebol de formação, do futebol distrital e dos clubes em geral, nomeadamente dos do nosso concelho.

Volto a frisar que a qualidade dos recursos humanos, para mim, é fundamental. E que os clubes, estejam eles em que nível estiverem, têm de apostar, e ser incentivados a apostar, nos mais altos qualificados técnicos que tenham ao dispor, sejam gestores, treinadores ou clínicos, e se possível da sua zona geográfica. Fará sentido, por exemplo, Paços de Ferreira, que tem tantos e tão bons recursos humanos nestas áreas do desporto, da saúde e da educação perder para outros clubes e para outros concelhos os seus profissionais, que são do mais competente e qualificado? Se fosse nomeá-los não saíamos mais daqui...

Anualmente, as autarquias estabelecem contratos de desenvolvimento desportivos com as mais diversas colectividades desportivas e culturais. Normalmente, são apoios financeiros que visam o desenvolvimento das associações. No entanto, essa forma de estar, a mim, não me fascina. Eu acho que não as ajuda a desenvolver. De uma forma geral, torna-as subsídio-dependentes sem promover que deem saltos qualitativos na sua organização.

A Federação Portuguesa de Futebol, precisamente com este propósito, implementou o processo de certificação dos clubes (entidades formadoras) que visa contribuir de forma decisiva para elevar os padrões de qualidade do processo de formação dos praticantes em Portugal. A FPF acompanha os clubes, através de reuniões, ações de formação e iniciativas individualizadas, no sentido de ajudar a que estas entidades formadoras ultrapassem as dificuldades que não lhes permitiram a certificação integral. Desta forma, o processo de certificação, mais do que um processo de verificação e fiscalização, é um instrumento da FPF visto como promotor do desenvolvimento do Futebol de Formação.

É assim que eu concebo a colaboração dos Municípios com os clubes – apoiando financeiramente, quando necessário, e estando ao lado, não se demitindo do apoio técnico, da definição de objectivos de crescimento, do acompanhamento e da verificação, terminando a época com sucesso e com o sentimento de que os apoios serão com um propósito atingido. O desenvolvimento só acontece assim. Do meu ponto de vista.

Juvenal Brandão

Treinador de Futebol UEFA Pro (Grau IV)

Licenciado em Gestão de Desporto

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