14/12/2020, 17:08 h
76
Recentemente assistimos na Assembleia da República a mais uma tentativa de empobrecimento do pais, no caso concreto, mais uma sucessão de ataques ao mundo rural e à capacidade produtiva nacional. Existe neste momento, uma estratégia que visa doutrinar o nosso modo de vida nas suas vertentes, culturais ou alimentares. A liberdade de escolha e de informação é fundamental e não pode ser nunca imposta, nunca.
Nas votações na especialidade para o Orçamento de Estado de 2021, foram várias as tentativas para enfraquecer a agricultura nacional.
Infelizmente, estes ataques começam a ser recorrentes. Partidos e movimentos internos, dentro de alguns partidos, cedem às tendências da moda e querem agradar ao imediatismo das redes sociais, sem medir as verdadeiras consequências reais no terreno.
A agricultura nacional já tem muitos problemas estruturais, dispensamos os hiatos negativos que alguns querem colocar sobre o nosso sector, como o interesse de ocupar o nosso espaço natural. Alguns afirmam mesmo, que estamos a assistir a uma luta pelo estomago, onde só querem substituir o que é natural pelo resultado sintético de laboratório.
A importância social, económica e ambiental da produção agrícola nacional e todas as suas fileiras agroalimentares, que fomentam, são indiscutíveis.
Em plena pandemia, quando muitos pararam, e se pediu para a maioria ficar em casa, o sector agroalimentar não parou e continuou a alimentar os portugueses.
Alguém consegue imaginar como seria possível fazer confinamento coletivo com frigoríficos e despensas vazias?
Os mais recentes números do PIB, bem como as percentagens dos sectores exportadores, continuam a não deixar margem para duvidas, onde se destaca cada vez mais o sector agroalimentar como alavanca económica do pais. A sua presença no equilíbrio e desenvolvimento do território é mesmo decisivo em vários pontos do nosso país. Aliás, convém recordar os mais distraídos que 70% do nosso território é agroflorestal.
A influencia do sector agrícola é transversal a vários sectores da nossa sociedade, e, quando um elo da cadeia comercial é interrompido, todo o resto também se ressente.
É nesse sentido que as organizações agrícolas sempre defenderam que o sector da restauração e das feiras e mercados têm que continuar ativos.
É difícil de perceber a dualidade do seu tratamento, comparando com a possibilidade de trabalhar das grandes superfícies.
Os ataques irão continuar, os agricultores e as suas organizações continuam também cada vez mais atentos e sabem quem são os partidos que continuam ao lado da produção nacional e que colocam estas suas intenções na prática das suas propostas ou votações legislativas.
Esta pandemia devia servir para todos mudarem comportamentos, e também nas suas compras adotarem mudanças.
Comprar local não devia ser só uma frase bonita, tem que ser colocada em prática.
E os nossos governantes locais, regionais e nacionais têm que ter a coragem politica para alterar o código da contratação publica, de forma a defender a aquisição de produção nacional nas cantinas publicas.
Enquanto essa vontade não surge, esperamos que cada responsável político assuma as suas responsabilidades e coloque em prática o seu magistério de influência local no fomento desta causa.
Os agricultores continuarão a fazer o seu papel: produzir alimentos saudáveis e seguros para toda população, gerando também, com a sua atividade natural, os necessários equilíbrios ambientais.
Saibamos, pois, retribuir o contributo ambiental dos nossos agricultores comprando os seus produtos.
Idalino Leão
Assine e divulgue Gazeta de Paços de Ferreira
Com acesso gratuito à edição electrónica
Opinião
17/08/2025
Opinião
13/08/2025
Opinião
11/08/2025
Opinião
10/08/2025