29/04/2021, 13:27 h
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Nos últimos tempos as notícias andam todas à volta da Covid-19 e do futebol. Parece que nada mais existe. Quanto à Covid, assiste-se à novela das vacinas que chegam-não-chegam-estão-quase-a-chegar e à polémica entre os que aceitam as evidências científicas das vantagens da vacinação e os que têm mais fé numa qualquer divindade que há de descer à terra para os salvar. Entretanto, por esse mundo fora, mais de três milhões de pessoas já foram a enterrar.
Mas o verdadeiro assunto do momento é a criação duma Superliga Europeia, a qual, como o próprio nome indica, é um clube privado composto por doze badamecos com a mania que são os maiores. E até podiam ser, porém, a partir do momento em que recusam confrontar-se com quem se encontra fora da sua bolha de segurança, põem à vista a sua cobardia e impudor.
Eram doze, constituindo os doze mais ricos do futebol neste velho continente, e queriam que os chorudos lucros das ligas milionárias ficassem reservados exclusivamente para si. Porquê dividir, se podiam multiplicar?
A polémica estalou. Houve gente que saltou para a rua a agitar as bandeiras da democracia no futebol. E alguns clubes abandonaram o coche, ainda em andamento lento. Alguém disse que este abandono resultou da tomada de consciência da torpeza do projeto, mas não (digo-vos eu), tratou-se apenas duma conhecida estratégia guerreira que consiste em recuar para voltar a atacar numa posição melhor.
Na vida dos simples também acontece demasiadamente disto. Há os pobres, os ricos, os remediados e os que nada têm. De um lado, os verdadeiros membros das Superligas tentam preservar a exclusividade do seu estatuto, unindo-se; do outro, trabalha-se e sobrevive-se, sem tempo para mais.
Está aí a chegar o 1º de Maio, um dia simbólico para os trabalhadores e as suas organizações. Nesse dia, haverá quem queira depreciar os sindicatos, dizendo-os desatualizados, nada importantes, mesmo inconvenientes para a felicidade de quem trabalha. Os argumentos do costume, para não variar. Resiste! O mundo pode e deve ser menos desigual.
Joaquim António Leal
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