01/12/2020, 0:19 h
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A pandemia Covid-19 trouxe consigo consequências devastadoras, não só ao nível da saúde, como também ao nível da economia e do desporto.
Os clubes distritais do futebol amador foram esquecidos, negligenciados, ao nível de políticas de Estado, no período que atravessamos, a ponto de todos os esforços feitos para combater estas dificuldades podem revelar-se insignificantes, se continuarmos sem apoio.
Todos sabemos que devemos proteger a saúde e que esta deve ser a causa maior. Mas também sabemos que o futebol distrital vive, maioritariamente, das receitas dos jogos, das bilheteiras, e que para estes clubes a sua sobrevivência está a ser posta em causa.
Sem adeptos não há receitas. Então, qual a solução?
Estando proibidos de entrar nos campos, os adeptos têm-se concentrado nos mais variados locais, para assistir aos jogos e apoiar os seus clubes, o que leva a maiores ajuntamentos e sem segurança.
Mas, se as bancadas têm lugares marcados, uma medida justa e sensata seria diminuir a lotação, cumprir com as normas da DGS (distanciamento social e uso obrigatório de máscara) e, ainda, apelar à responsabilidade e à consciência de cada um, sob pena de, à mínima falha de cumprimento, voltar à interdição.
Esta seria uma maneira de tornarmos o futebol um exemplo vivo de que é possível mantermos as nossas atividades, os nossos prazeres, sem que, para isso, tenhamos de estar a cometer atos ilícitos.
As atividades de formação masculina e feminina têm as suas competições paradas. Mas sem competição, não há evolução.
A formação desportiva não tem, neste momento, um futuro sustentável e, inclusive pode levar sua extinção, principalmente do futebol feminino, o que seria um atentado à igualdade de género.
A covid-19 tem sido associada a comorbilidades como a ansiedade e a depressão.
Ora, se o futebol é visto como uma estratégia terapêutica, porque não olharem para ele com esse fim e não como autênticos focos de contágio?
Os adeptos precisam da alegria dos domingos à tarde, do entusiasmo de ir ver a bola, da adrenalina de se absterem dos problemas do dia-a-dia, do trabalho, dos conflitos pessoais e aproveitarem 90 minutos de paz interior.
As crianças precisam do lazer dos treinos e da competição para se abstraírem dos ambientes familiares, em que não há um dia que não se fale no vírus ou nos novos casos. As crianças precisam da tranquilidade e da alegria que é ir treinar e estar com os amigos do futebol.
Peço, por tudo isto, que se juntem a esta causa. Que apelemos ao dever cívico e não à responsabilidade penal das pessoas. É essencial que este assunto seja revisto, que o futebol distrital seja abrangido por políticas de Estado, que não se destruam instituições casas com mais de 80 anos.
É essencial alertar as autoridades de Saúde e os órgãos de poder que o País não pode parar, a cultura, o lazer, ….
Irei endereçar uma carta aberta a estas entidades públicas, alertando-as para o caos que se está a gerar.
Peço a todos que a divulguem e partilhem. Que se juntem à minha, à NOSSA causa.
Não fiquem sentados à espera de serem salvos. Nós merecemos mais. Os clubes distritais merecem mais. A formação merece mais
Marta Alves
universitária, atleta do SC Freamunde
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