18/02/2021, 1:33 h
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Um estudo publicado pela Universidade de Oxford, em 2013, procurou avaliar de que forma os postos de trabalho da economia americana estão ou não suscetíveis à automação e informatização dos processos produtivos. De um total de 702 ocupações avaliadas, cerca de 47% estão em sério risco. Se o estudo fosse aplicado a Portugal, ou até a Paços de Ferreira, os resultados não seriam menos alarmantes. Estes dados, em linha com muitos outros estudos, ganham particular com o anúncio, pelo Município pacense, da criação da prometida Academia Profissional. Iniciativa desde já louvável, mas que, mais do que anúncios, importa a concretização e os resultados que pode gerar.
O nosso tecido empresarial, onde predominam as heroicas PME’s do mobiliário e do têxtil, depara-se com lacunas assinaláveis no que à oferta de jovens trabalhadores qualificados nestas áreas de negócio diz respeito. A questão impõe-se: será que atual oferta formativa disponível em Paços de Ferreira contribuiu para esta situação? Certamente. As instituições de ensino presentes no nosso concelho, seja do ensino regular, profissional ou técnico, não disponibilizam, na sua oferta formativa, soluções capazes de criar quadros profissionais qualificados preparados para integrarem as fileiras produtivas existentes, não só para satisfazer a urgência de mão-de-obra, como para erguer um espírito de modernização da produção.
Este deverá ser o objetivo central: mais do que satisfazer as necessidades atuais de mão-de-obra nestes setores, o fundamental é dotar cada um dos jovens estudantes - os futuros profissionais – de conhecimentos que lhes permita enfrentar os desafios do progresso tecnológico. Caso contrário, mais cedo do que esperamos, seremos de novo confrontados com um problema semelhante ou ainda mais grave. Obviamente que, neste esforço, é indispensável, não só, a colaboração dos empresários, aqueles que conhecem efetivamente as necessidades existentes e que podem indicar caminhos de solução, como também entidades do sistema científico e tecnológico, como universidades e politécnicos, vitais para a construção de um projeto pedagógico que alie a valorizada componente prática a uma formação específica teórica de alto nível.
A definição de políticas de formação é um desígnio de todos. É fundamental que todas as partes envolvidas estejam verdadeiramente motivadas e interligadas para este propósito. Mais do que a tomar como bandeira partidária ou até pessoal, é um imperativo histórico não fazer da Academia Profissional apenas mais um devaneio político. Um projeto formativo estruturado deste tipo pode abrir os horizontes de crescimento económico, desenvolvimento de indústrias complementares, contribuindo para elevar os níveis de rendimento e de qualidade de vida.
Tomás Paiva, Vice- presidente da Comissão Política Concelhia de Paços de Ferreira da JSD
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