Passou cerca de um ano desde que começamos a lidar com o Covid19. Um ano que ninguém esperava. Um ano que pôs em causa a nossa liberdade, a nossa forma de viver e os nossos valores. Um ano que fustigou as famílias, que roubou entes queridos e que criou dificuldades financeiras.
Passou cerca de um ano e o que é que aprendemos? Muito pouco, na minha opinião.
Nos últimos dias, todos vimos imagens de filas: num dia vemos as filas de âmbulâncias à porta dos hospitais sobrecarregados; no outro vemos filas de pessoas que esperam horas para votar antecipadamente.
Já não podemos dizer que não conhecemos o vírus. Já não podemos dizer que não sabemos como se movimenta. Já não podemos dizer que é impossível prever o futuro.
Bem, devo dizer, que no fim da primeira vaga, ouvi os especialistas a identificarem temporalmente a segunda, e acertaram; no fim da segunda vaga já se previa a terceira, e voltaram a acertar. Contudo, apesar de todas as previsões, pouco se fez e chegamos a uma situação extrema.
“Pré-catástrofe”, “sobrelotação”, “capacidade esgotada”, são só algumas das expressões que todos os dias ouvimos para descrever os momento vividos em muitos dos nossos hospitais. Estamos realmente a fazer todos os possíveis para que isto não aconteça?
As eleições presidenciais não foram preparadas atempadamente, porquê? Por falta de informação? Se os órgãos máximos deste país não têm ao seu dispor informações suficientes, para prevenir estas situações, quem terá? Não tenho dados suficientes para saber se este ano nos livramos do maldito vírus, mas sei que existem notícias que relatam atrasos na entrega das vacinas. Posto isto, espero que as eleições autárquicas mereçam outro tipo de cuidado e que pelo menos equacionem os vários cenários.
A população está cansada e aproveita todas as excepções existentes para sair de casa. Não podemos entrar em pseudo confinamentos, se esperamos atingir certos resultados. Estamos na pior fase deste vírus e não podemos facilitar agora. Não podemos apontar o dedo a quem quer que tenha contraído o vírus, já percebemos que julgar não é o caminho para a coesão. Devemos, sim, ser solidários e aprender que o mais importante é ter todos os cuidados possíveis.
“Errar é humano”, já todos ouvimos esta expressão, assim como “quem nunca errou que atire a primeira pedra”, mas não podemos errar sucessivamente. É necessário mais um esforço, estão vidas em risco.
Relativizar o problema é o maior erro de todos.
Pedro Costa, Presidente da Comissão Concelhia de Paços de Ferreira da JSD