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Gazeta Paços de Ferreira

19/01/2021, 22:25 h

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Contra medidas restritivas |COMERCIANTES MANIFESTAM-SE |Carta Aberta Autoridades Locais

Atualidade

Os comerciantes de Paços de Ferreira vão manifestar-se amanhã frente à Câmara Municipal, contra as medidas, que lhes foram impostas, pelo Governo no âmbito do combate à epidemia, e que não lhes não lhes permitem trabalhar

Ao mesmo tempo vão entregara a várias autoridades autárquicas uma carta aberta, na qual expressam o seu descontentamento e oposição às medidas, que lhes são impostas, que consideram desajustadas, solicitam que lhes sejam dados os apoios que acham lhes serem devidos, terminando por lhes pedir que intercedam por eles perante as entidades governamentais, alertando-as para a morte anunciada das suas empresas.

Pelo seu interesse, se trancreve, na integra , essa carta aberta.

CARTA ABERTA

Paços de Ferreira, 20 de janeiro de 2021

Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira,

Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Municipal de Paços de Ferreira,

Exmo. Srs. Presidentes das Juntas de Freguesia do nosso Concelho,

Exmo. Sr. Presidente da Associação Empresarial de Paços de Ferreira

Assunto: O Estado de Emergência e os Estabelecimentos do Comércio Local no Concelho de Paços de Ferreira

Vimos respeitosamente, por meio desta missiva, apelar à vossa sensibilidade para os problemas que o nosso setor tem vindo a enfrentar com a constante implementação de medidas restritivas da sua laboração, em consequência da pandemia da Covid-19.

Antes de mais, cabe-nos elucidar que esta carta não é uma crítica à gestão da pandemia que vivemos, pois não é tempo de críticas, julgamentos ou diferenças políticas.

Somos apenas um grupo de proprietários de estabelecimentos do Comércio Local do Concelho de Paços de Ferreira que de uma forma espontânea nos acabamos por reunir, após as novas medidas implementadas pelo nosso Governo.

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Não temos qualquer tipo de associação partidária, ou outro tipo de apoio. Estamos apenas a manifestar o nosso descontentamento e a usufruir do nosso direito cívico, de uma forma única, consciente e a tentar defender o nosso presente e futuro.

Com a declaração de um novo Estado de Emergência e a entrada em vigor do Decreto n.o 3-A/2021, de 14 de janeiro, com as medidas dele constante, se a subsistência dos nossos estabelecimentos já se afigurava difícil, então agora foi- lhes decretada a sua sentença de morte.

Todas as medidas que nos têm sido impostas têm por nós sido acatadas e implementadas, porque em momento algum desvalorizamos o vírus e os riscos para a saúde da população, mas atrevemo-nos a dizer que se há sector onde o cumprimento das regras tem ocorrido de forma exemplar é precisamente no nosso.

Não compreendemos por isso a dureza das medidas que recaem sobre o nosso sector de atividade e que permitem passar para o cidadão comum a ideia de que os nossos estabelecimentos são inseguros e os principais focos de contágio, sendo essa uma ideia totalmente errada, pois prova disso é o facto de no nosso setor de atividade o índice de contágio ser diminuto, quando comparado com outros setores.

Impondo confinamentos que não alteram a progressão do vírus em contrapartida leva-se à falência e ao desemprego centenas de milhares de pessoas e pequenos negócios.

Por esse motivo, hoje, queremos falar-lhes do nosso futuro.

Queremos falar-lhes de um futuro onde “não vai ficar tudo bem”.

O estado de emergência será gradualmente levantado, mas o vírus irá continuar a adoecer e matar.

Um futuro onde o estado deixará de estar em emergência, mas o seu povo irá passar para um estado de emergência.

Um futuro onde a crise económica nos fará lembrar os anos da bancarrota.

São muitos os que vão sofrer as consequências deste “lockdown”, são muitos os que sem qualquer contágio ou contacto com o vírus, sofrerão as suas consequências.

Desde o início da pandemia acompanhamos atentos todas as orientações e medidas implementadas e sempre fomos aliados nesse momento de dificuldade, com o intuito de ajudar as autoridades a minimizar os efeitos desta pandemia.

Fomos parceiros de primeira hora, quando nos orientaram sobre a necessidade de encerrar o comércio para retardar a disseminação do vírus.

Afinal, seria a única maneira de evitar o colapso do nosso fragilizado sistema de saúde. Focamos, todos, no objetivo de achatar a curva e evitar uma tragédia ainda maior.

Mas agora precisamos de novas respostas para perguntas pertinentes, diante do cenário que se apresenta: será coerente manter a mesma postura?

Já não temos informações suficientes para entender que será preciso adotar medidas de convivência com o vírus? Até quando vamos insistir em achatar a curva somente com o isolamento social?

Não somos inimigos da ciência, nem pessoas levianas indiferentes ao bem-estar dos nossos colaboradores, clientes, familiares e amigos.

Só queremos alertar para a necessidade de uma mudança de postura a fim de que outros problemas também não recaiam, mais uma vez, no sistema de saúde.

Afinal, muita gente, devido à crise financeira que se instala no nosso país, não tem mais recursos suficientes para pagar uma mensalidade de um plano de saúde, fazer exames ou até comprar medicamentos de uso contínuo, por exemplo.

Sendo assim, a nossa proposta é ir mais a fundo no entendimento das medidas adotadas e corrigir os nossos rumos com humildade. Não é possível continuar a manter uma postura, inicialmente correta, às custas de desemprego e falência em massa de milhares de empresas e do sufocamento financeiro de tantas famílias que delas dependem.

Sem empresas não há emprego e sem emprego, veremos milhares de famílias do nosso país a passar por dificuldades!

Assim, apelamos a que vossas excelências apliquem medidas ajustadas à realidade de quem, todos os dias, faz prosperar a economia portuguesa, apelamos a que nos DEIXEM TRABALHAR, nos deixem abrir os nossos estabelecimentos!

QUEREMOS APENAS TRABALHAR COM SEGURANÇA, por nós, pelos nossos e pela sociedade!

Por último, queremos acrescentar que achamos de relevante importância a que a nossa atuação seja valorizada pelas comunicações das Entidades, transmitindo para a população que os nossos estabelecimentos são seguros e,
por esse motivo, fazemos um apelo aos Senhores Presidentes das várias Entidades, para que o façam ativamente.

Pedimos-vos para que nos apoiem e defendam perante os munícipes e perante todo o país.

Como nossos representantes, rogamos-lhe que façam ouvir a nossa voz junto dos membros do Governo, dando a conhecer a nossa conduta exemplar no cumprimento das regras impostas e ao mesmo tempo as nossas dificuldades, para que possam ser aprovadas medidas que nos permitam continuar o exercício da nossa atividade e assim assegurar o sustento das nossas famílias e das famílias dos nossos colaboradores.

Perante a urgência e a gravidade da situação, apelamos aos Senhores Presidentes para que não deixem de atender a esta nossa carta aberta, e promovam a adoção de medidas que permitam salvar o nosso setor, evitando a destruição dos estabelecimentos e extinção dos postos de trabalho que aqueles asseguram.

Para o efeito encontramo-nos dispostos a reunir com Vossas Exas. para análise e discussão do aqui explanado.

Sem outro assunto, aguardamos as notícias de Vossas Excelências e apresentamos os nossos mais respeitosos cumprimentos.

Os proprietários dos estabelecimentos do Comércio Local do Concelho de Paços de Ferreira,

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