22/12/2020, 22:54 h
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O aumento de casos de COVID-19 que se tem observado em Portugal, neste período a que designamos de 2ª vaga, levanta importantes considerações. Se muitas pessoas pensam que estarem infetadas pela COVID-19 se trata apenas de experienciarem alguns sintomas ligeiros e estarem 14 dias isoladas, então considerem atentamente o que a investigação sugere sobre este assunto.
Como se sabe, o processo de recuperação da COVID-19 pode ser muito variável de pessoa para pessoa e depende, sobretudo, da idade e de comorbilidades já existentes.
O que a investigação sugere, e que deve ser alvo da nossa atenção, é que passada a fase aguda (14-21 dias nos casos ligeiros, podendo ser mais longa nos casos com complicações e necessidade de hospitalização), alguns sintomas podem persistir ou surgirem novos sintomas.
Nestas situações, o período de recuperação pode tornar-se mais longo, podendo chegar aos 3 meses ou mais de duração.
Os estudos sugerem que os sintomas que mais persistem são os sintomas físicos, como o cansaço, dificuldade em respirar, dor ou aperto no peito e tosse. Também se verifica que pelo menos um terço dos casos apresenta mais de um desses sintomas. Outros sintomas menos comuns são a falta de cheiro, dor nas articulações, dor de cabeça, dor muscular, diarreia, ansiedade e depressão.
Em outros casos, também se verifica a necessidade de serem internados novamente.
Estes dados reforçam a necessidade de prevenirmos o contágio de COVID-19, pois esta doença pode tornar-se, de certa forma, incapacitante a longo prazo.
O Natal está mesmo à porta e, por isso, nunca é de mais referir que devemos cuidar de nós e das pessoas que nos são próximas.
E, este ano, uma forma muito prática de cuidarmos uns dos outros é cumprindo as medidas gerais de prevenção, como a lavagem das mãos de forma adequada, desinfeção das superfícies que tocamos com frequência, evitar tocar no rosto, manter um distanciamento físico de 2 metros e usar a máscara de forma correta.
Afinal, a COVID-19 pode tornar-se num problema sério que vai para além dos 14 dias de isolamento…
Eduardo Jubran, Médico de Medicina Geral e Familiar, cédula profissional nº 57670
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