26/09/2020, 17:54 h
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Hoje vivemos tempos muito estranhos na nossa sociedade. Ao longo dos últimos anos temos assistido impávidos a um escalar e cristalização de radicalização de posições extremas. Infelizmente, considero que a culpa deste crescimento dos extremos é precisamente dos mais moderados, que foram permitindo afirmação destas posições.
De uma forma mais geral, a maior responsabilidade será sempre de quem nos governa, quer a escala local, regional, nacional ou quem marca as tendências mundiais. Fomos permitindo que um certo discurso redondo e politicamente correto fosse assumido sempre como uma coisa boa, ora isso, quase sempre não é verdade.
A democracia permite, defende e fomenta a liberdade de cada um no que diz respeito ao seu gosto de alimentação, de cultura e de vida, sempre com a cobertura do chapéu da constituição e da lei geral de cada país. Infelizmente, uma certa minoria “moderna” tenta impor o seu gosto pessoal nestes e em outros campos da sociedade civil, e isso de alguma forma foi sendo possível com a responsabilidade de quem governa, e com a “bênção” de quem não se quer chatear. Os valores do respeito e da tolerância parecem cair em desuso, e em muitas matérias somos quase obrigados assumir uma posição de guerrilha no discurso, contra ou a favor pois o meio termo acabou.
As ameaças deste registo social, são a escalada dos radicalismos e extremar de posições entre as partes, ficando uma enorme maioria órfão de representação, pelo menos no que toca ao discurso instalado e replicados por todo lado, pois a imprensa é também um negócio que vive das vendas e da publicidade…e o barulho vende.
Uma sociedade excessivamente mediatizada onde predomina o bem parecer de falsos costumes, onde as minorias querem impor a todo custo as suas vontades.
É neste caldo de indiferença e ignorância, que surgem afirmações e pensamentos ditatoriais a impor o seu modo de vida, os seus pensamentos e ações aos outros, é isso que não podemos permitir.
É neste caldo, bem financiado por quem de direito, que surgem também movimentos e partidos políticos que se apoderam e promovem esta ignorância, sem qualquer problema em muitas vezes usarem a figura ternurenta dos animais, basta analisar a mediatização e respetivas consequências , dos animais que morreram no incendio na serra da agrela e dos idosos que têm morrido nos nossos lares.
É tempo pois, de também aqueles que se sentem incomodados com esta bolha do politicamente correto se manifestarem nas mais diversas formas que a democracia permite, e como dizia há dias um amigo , “ precisamos que haja bom senso urgentemente, mas a coisa esta tão mal que eu já me contento com senso.”
Idalino Leão
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