Por
Gazeta Paços de Ferreira

18/03/2021, 1:54 h

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AUTOCONHECIMENTO DO CORPO

Marta Gomes

A qualidade das relações é determinada pelo grau de vinculação, pelo grau de compromisso.

A vinculação modula-nos o medo do desconhecido. Mas, para nos vincularmos realmente, temos que confiar. E, para confiar, precisamos do conhecimento, do auto-conhecimento.

Neste sentido, levanto a questão: Como está o conhecimento acerca do próprio corpo?

A nossa respiração é automática. Permite-nos fazer uma série de tarefas sem estarmos atentos ao nosso corpo. No entanto, quando ela exige esforço remete-nos para nos questionarmos “o que se passa com o meu corpo?”, “será o envelhecimento?”, “será o sedentarismo?”. Em frações de segundos repensamos os nossos hábitos diários menos bons.

Decidimos que vamos fazer isto e aquilo por nós, porque não faz sentido o nosso corpo estar assim, porque não faz sentido perdermos capacidades tão simples como respirar sem esforço.

O auto-conhecimento pede um virar para dentro. O auto-conhecimento pede para pararmos e darmos atenção a coisas tão simples como a forma e a frequência em que respiramos, a forma e o número de vezes que mastigamos, a postura que temos nas diferentes posições ao longo do dia, a agilidade que temos e a forma como nos movemos. O auto-conhecimento pede para olharmos e vermos o nosso próprio corpo. Para vermos as suas capacidades, potencialidades e limitações.

Sem o auto-conhecimento são inúmeras as potencialidades que ficam sem ser exploradas. Sem o auto-conhecimento do corpo, adversidades são sentidas e mais dificuldades surgem na tentativa de geri-las. Perante a sensação de adversidades constantes o corpo cai num sistema de incapacidade para sentir, antecipar ou buscar o prazer, a motivação. Desenvolve-se uma sensação patológica de perda de controlo. Há a danificação do sistema de dopamina e o comportamento direccionado para objetivos é afectado. O controlo motor falha.

Perante tal quadro, a tendência para entrar em esquemas abusivos é grande. A frustração leva à crítica e à constante necessidade de anulação do outro/s. A escolha de comportamentos de auto-boicote reina aumentando a desconexão com o próprio corpo.

Torna-se necessário restaurar toda esta ligação que é feita não só com respiração consciente, desenvolvimento de consciência corporal através de controlo motor mas, também, pela fomentação da reparação do sistema de neurotransmissores como dopamina, serotonina e oxitocina, fundamentalmente, de forma a aceder ao sentir e ao reconhecer, ou seja, de forma a sedimentar a relação com o corpo.

O autoconhecimento do corpo permite o reconhecimento próprio. Permite potenciar a construção e reconstrução e limitar o auto-boicote, a auto-destruição. Através do exterior facilitamos o interior. Restauramos sistemas.

Qual o grau de conhecimento do próprio corpo?

Marta Gomes

https://youtu.be/jaROykK_gYM

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