SE HOUVE PARTIDO QUE MELHOR ASSEGUROU CONDIÇÕES PARA QUE EM PORTUGAL SE RESISTISSE À DITADURA FOI O PCP
Manuel Loff
https://youtu.be/DZg9ubpAqzQ
Lembremos: a fundação em 1921, a actividade legal até ao golpe militar de 28 de Maio de 1926, a efectiva organização na clandestinidade a partir de 1929 com Bento Gonçalves, secretário-geral, a luta do Partido, da classe operária e de amplos sectores sociais nas condições da estruturação fascista do Estado nos anos 1933 e seguintes, a influência crescente nos sindicatos até à sua ilegalização em 1933/34, a luta ideológica contra o anarco-sindicalismo e o reviralhismo e os sucessivos e profundos golpes da repressão que conduziram à grande crise do Partido nos anos 1938/40 tornando necessária a reorganização de 1940/41.
Álvaro Cunhal
De 1940 a 1949, nos anos da 2ª Guerra Mundial e após a derrota hitleriana, a vitória da URSS e Aliados e a instauração de novos regimes democráticos - a transformação do PCP num grande partido nacional ligado às massas. Sobressaiem neste período a criação de uma organização nacional partidária, a realização dos III e IV Congressos do Partido (1943 e 1946), a publicação regular do "Avante!" e outra imprensa clandestina, o impetuoso fluxo do movimento operário com grandes greves e outras lutas de massas, a criação e organização de amplos movimentos unitários antifascistas, a batalha da Oposição pela primeira vez no terreno eleitoral da ditadura (1945 e 1949).
Não é por acaso que se faz 100 anos e se está presente na nossa história coletiva.
Manuel Loff
De 1950 a 1959 - o PCP nos anos da guerra fria. Sobressaiem, neste período de refluxo revolucionário, a realização do V Congresso sob o impacto do desvendar do culto da personalidade de Staline no XX Congresso do PCUS, grandes lutas de massas e novas lutas no terreno eleitoral fascista, com relevo para a campanha do General Humberto Delgado nas eleições presidenciais de 1958.
De 1960 a 1967 - a luta revolucionária na situação de crise geral da ditadura fascista. Sobressaiem neste período o novo fluxo revolucionário de 1961/62, o ascenso geral da luta popular, a luta contra a guerra colonial e a realização do VI Congresso que aprovou o Programa do PCP para a revolução antifascista como revolução democrática e nacional e traçou a orientação para o levantamento nacional armado.
De 1968 a 1974 - a luta no período de agonia da ditadura. Sobressaiem neste período o desenvolvimento geral da luta democrática em todas as frentes (luta operária, luta sindical, luta dos estudantes, luta contra a guerra colonial, lutas nas forças armadas) aproximando-se a crise revolucionária que conduziu ao 25 de Abril, ao derrubamento da ditadura, à revolução democrática e à instauração da democracia portuguesa.
Constitui uma grosseira falsificação da história apresentar como eixo dos conflitos no decurso da revolução democrática supostas, tentativas de tomada do poder pelo PCP. O PCP participava é certo no poder, mas no governo tinha apenas dois Ministros e nas forças armadas não tinha influência predominante. A intervenção do PCP no processo de democratização da vida nacional deu-se sobretudo pela sua profunda influência na classe operária, nos trabalhadores, nas massas populares, pelo apoio que dava e pelo apoio que recebia, e pelo facto de os objectivos que colocava à revolução corresponderem a necessidades objectivas e a profundas aspirações, embora nem sempre consciente e geralmente assumidas, das mais vastas massas populares.
Alvaro Cunhal
Os comunistas pagaram a sua dedicação com pesados sacrifícios: milhares de homens e mulheres perseguidos, torturados, presos durante longos anos. Muitos assassinados nas prisões, através da tortura ou derrubados pelas balas assassinas das forças policiais fascistas
O Centenário do PCP é assinalado também no distrito do Porto com mais de uma centena de iniciativas ao longo desta semana evocando a sua história heróica de 100 anos de luta e afirmando hoje o seu projecto de futuro.
Face à situação actual, marcada por graves problemas económicos e sociais e de saúde pública, em que a epidemia além dos seus efeitos directos é aproveitada para promover retrocessos, para pôr em causa direitos políticos, económicos, sociais e culturais, afectando profundamente as condições de vida, o PCP não se cala, fará ouvir a sua voz, fará do seu centenário uma jornada de luta, sobre os problemas com que os trabalhadores, o povo e o País se confrontam, de mobilização e exigência para a sua resolução, de defesa e afirmação do seu ideal e do seu projecto libertador.
Desde ontem e até sábado de manhã está em curso o contacto com trabalhadores e a distribuição de um folheto em que o PCP reafirma o seu compromisso de sempre como Partido dos trabalhadores, o Partido que está ao seu lado todos os dias e cujo projecto é indissociável dos seus interesses e aspirações a uma vida melhor, à libertação de todas as formas de exploração e opressão.
Na sexta-feira, dia 5, terá lugar uma sessão de homenagem aos militantes comunistas, homens e mulheres, filhos do povo trabalhador, intelectuais e artistas que passaram pela cadeia da PIDE do Porto e foram alvo das mais violentas atrocidades como consequência da sua opção de não abdicar de lutar pelo derrube da ditadura e pela liberdade e a democracia no nosso país. A sessão, marcada para as 17 horas, terá lugar junto ao edifício onde funcionou a prisão da PIDE, actual Museu Militar, na Rua do Heroísmo, e contará com a participação de Paulo Raimundo, do Secretariado do Comité Central.
A semana terá o seu momento culminante no sábado, dia em que se assinala o centenário da fundação do PCP, em 6 de Março de 1921. Serão promovidas 100 acções por todo o País, sob o lema «Liberdade, Democracia, Socialismo – Pelos direitos, a melhoria das condições de vida e o progresso social. Contra a exploração e o empobrecimento».
No Vale do Sousa e Baixo Tâmega, a partir das 14h30 do dia 6 de Março, as acções realizar-se-ão nas seguintes localidades:
· Penafiel, Praça do Município
· Amarante, Alameda Teixeira Pascoaes
· Paredes, Parada de Todeia, frente à Junta de Freguesia
· Baião, Junto ao Monumento a Soeiro Pereira Gomes, em Gestaçô