10/09/2020, 22:34 h
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No meu último artigo, por sinal muito confuso, trouxe à baila, em meu auxílio, o testemunho de um famoso Professor da Universidade de Barcelona, Angel Latorre, para nos explicar quais as Fontes de Direito em tempos da ditadura. Pois bem, através deste Catedrático ficamos a saber que essas “fontes” eram: os Usos e Costumes, a Moral e Religião.
Recuemos, por isso, até à década 30 do Séc. passado e vejamos o que se passava, nessa altura, por essa Europa fora. Na nossa vizinha Espanha, com o título de “caudilho”, tomou conta do poder Francisco Franco, que após a guerra civil (1936/1939) instaurou um governo totalitário (fascista). Em Itália assenhoreou-se do poder o “duce” Benito Mussolini, responsável pela aliança germano/italiana e pela entrada do seu país na II guerra mundial, em 1940. Na Alemanha, tomou conta do poder o (führer) Adolfo Hitler. Tinha o megalómano sonho de querer instaurar na Europa o III Reich (império). Para tal impôs uma política ditatorial absurda, baseada no racismo (ideia da superioridade “ariana” ou “raça pura” e consequente extermínio dos judeus).
Feito o retrato político “à la minuta” da Europa, vejamos o que se passava em Portugal.
Salazar passa a presidente do Conselho de Ministros em 1932, onde permaneceu até 1968. Apoiado nos militares que fizeram o movimento de 28 de maio de 1926, fundou o Estado Novo, regime corporativista (totalitário, fascista…). Governou o país rigidamente, restringindo as liberdades e impondo a censura e a polícia política. Se teve a inteligência e mérito de manter o nosso país neutro em relação à II Guerra Mundial. Teve o demérito de manter uma política ultramarina desastrosa. E eu que o diga! Vivi mais de 2 anos esta guerra por dentro…
Bom, de tudo isto importa reter o seguinte: o fascismo impôs-se e prevaleceu durante tanto tempo porque teve do seu lado a Moral e a Religião.
Aqui, em Portugal, O Cardeal Cerejeira e o Presidente Salazar eram “dois em um”; dois corpos uma só cabeça. Não descolavam. Se um dizia “mata” o outro dizia “esfola”. Apoiado nesta “falsa” Moral/Religião, Salazar fez o que bem quis e lhe apeteceu. Morreu, para a política, em 1968, deixando os cofres do Estado cheios e o povo na miséria…
O que é que isto tem a ver com Seroa? Tudo! Seroa, como micro-sociedade, era o espelho da Nação. Meu pai foi Regedor e Presidente da Junta precisamente nesta época. Época do conservadorismo. E cumpriu. Conservou. Não vendeu um palmo de terreno. Tal atitude permitiu que os presidentes vindouros desbaratassem “à tripa forra”. E, ainda, se vangloriassem, por isso!
Agora, respondendo ao “mangas d’alpaca”, reafirmo: meu pai não só não vendeu nada, como cedeu muito: os terrenos da “Casa de Sessões da Junta”; do “Salão Paroquial de Seroa”; da “Residência Paroquial”; das “Estradas” em tornos destas infraestruturas; parte do “Souto da Igreja”, são bens materiais que estão à vista de todos. Só o “mangas d’alpaca” e seu “mandante” não veem! Faço votos para que Santa Luzia, protectora dos olhos, ilumine suas mentes!
Para além disto construiu, no seu terreno, a expensas suas, um quarto/cozinha, atrás da “Casa de Sessões da Junta”, para albergue dos “sem-abrigo”. Termino, devolvendo a pergunta, ao “mangas d’alpaca”: que outro Regedor ou Presidente da Junta fez mais pela Freguesia de Seroa do que o meu pai? Acha que poderei esquecer o que estão a fazer ao TERRENO, ao SALÃO PAROQUIAL DE SEROA e aos SEROENSES dos anos 30/40 que, com muito sacrifício, o construíram?! Claro que não posso
MANUEL MAIA
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