30/09/2023, 0:00 h
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EDITORIAL
Por Álvaro Neto (Diretor da Gazeta de Paços de Ferreira)
O governo socialista de António Costa vem enchendo os seus períodos comunicacionais com excelentes notícias sobre números da sua actividade, querendo fazer-nos crer que vivemos no melhor dos mundos.
A realidade, porém, desmente, diariamente, esta colorida versão governamental.
Na verdade, o mundo do governo está cheio de números fantásticos.
Vejamos alguns dos mais significativos.
O Instituto Nacional de estatística (INE) informa que as contas do Estado tiveram um saldo orçamental positivo de 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto) no 1º semestre deste ano.
O Conselho de Finanças Públicas prevê que podemos chegar ao fim de 2023 com um saldo correspondente a + 0,9% do PIB, quando o Governo previa no seu Plano de Estabilidade, em Abril, -0,4% e estava inscrito no Orçamento de Estado, aprovado há um ano, -0,9%.
Por seu turno o Ministro das Finanças Fernando Medina já anunciou que Portugal ficará com uma dívida pública abaixo de outros Estados membros da EU, saindo do pódio dos países mais endividados da União Europeia.
Como se vê números fantásticos, maravilhosos!
Mas não será questão de se perguntar para que servem estes números? O que é que estes números contribuem diretamente para a vida dos cidadãos portugueses?
Há problemas graves nas escolas, com alunos sem aulas por falta de professores; professores que entram permanentemente em greve, porque não lhes são reconhecidos os seus direitos fundamentais: retirando-lhes a antiguidade, forçando-os a colocações distantes da residência, onde se deparam com elevadíssimos custos de alojamento, quando o há.
No Serviço Nacional de Saúde anunciam se aumentos orçamentais desde 2016 que não correspondem à verdade, sendo sistematicamente afetados pelas “cativações” que o ministro Centeno celebrizou, e que contribuem para levar a água ao moinho do sector privado.
Os hospitais não conseguem responder à procura por falta de médicos, enfermeiros e outros quadros, que se vêem forçados a fazer greve para atualização dos seus vencimentos.
Inúmeros serviços públicos estão debilitados em quadros qualificados que os abandonam em virtude dos baixos salários.
Os estudantes universitários encontram enorme dificuldades para obter alojamento.
Os preços dos bens alimentares essenciais encarecem, enquanto os salários são comidos pela inflação.
Aumenta o empobrecimento.
As rendas são cada vez mais elevadas. Os juros tornam proibitiva a aquisição da habitação própria ou a sua manutenção.
Crescem as mãos estendidas para a subsistência: os pedidos às instituições de solidariedade social aumentam exponencialmente.
(Até quando?)
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