06/12/2025, 11:48 h
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Opinião Opinião Politica Juventude Socialista
OPINIÃO POLÍTICA
Por João Pavão (Militante da Juventude Socialista de Paços de Ferreira)
Como é que alguém que se diz ser “democrata por natureza” pode profetizar que “não era preciso um Salazar, eram precisos três para pôr o país em ordem”? declarações do André Ventura, no dia 24 de outubro. É impossível ignorar esta frase. Não pelo passado, mas por aquilo que ela revela.
A história mostrou-nos que a ordem imposta à força rouba a liberdade, empobrece a nossa sociedade e deixa marcas profundas. É essa memória que não pode nem deve ser tratada como entretenimento político.
O país não precisa de salvadores. Precisa de um Presidente.
Um Presidente deve reconhecer que Portugal é plural. Que a democracia não se constrói à base da obediência, mas do diálogo, da negociação e da construção coletiva. Que representa todos os portugueses, mesmo aqueles que discordam dele, e que sabe agir com equilíbrio e responsabilidade.

O verdadeiro desafio não está em se impor a ordem, mas sim, em colocar o país em progresso. Portugal precisa de líderes que aproximem, sem apagar divergências; que enfrentem os problemas reais sem transformar os seus cidadãos em adversários. Precisa de quem crie confiança e não medo.
É sempre fácil conquistar aplausos com palavras duras ou semeando o medo. O que é difícil é liderar com coragem, visão e empatia. Quem fala em repetir Salazar não está a falar de liderança: está a falar de controlo. E a democracia não se controla: cuida-se e aperfeiçoa-se todos os dias.
Mais do que palavras, o país precisa de ações. Um Presidente não é apenas uma figura simbólica: é um agente que deve incentivar o debate construtivo, proteger as instituições, valorizar a justiça social e promover políticas que permitam a todos prosperar. É aquele que lembra que a democracia exige responsabilidade coletiva, participação ativa e compromisso com o bem comum. Só com líderes assim Portugal pode enfrentar os desafios do presente e construir um futuro sólido, inclusivo e sustentável.
Portugal não precisa de um Messias. Precisa de um Presidente que saiba servir todos, sem exceção. Que saiba ouvir, construir pontes e representar o país no mundo com competência, coragem e respeito. Só assim podemos avançar com liberdade e confiança.
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