13/02/2024, 0:00 h
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Cultura Opinião Abílio Travessas
CULTURA
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Prazer no reencontro com esta ilha de Zarco/Zargo, vida nada apressada, o mar que não nos deixa, os montes sempre presentes e à espera duma visita. Já fomos cumprimentar as senhoras que mantêm a biblioteca municipal aberta, cinco dias na semana, biblioteca bem apetrechada de livros de história, de que não me canso, viagens das descobertas a cargo dos clássicos - Vitorino Magalhães Godinho, Jaime e Armando Cortesão, Luís de Albuquerque – os clássicos, Zurara, Galvão mais os actuais com destaque para José Manuel Garcia, o prolífico historiador de Fernão Magalhães, o navegador de mares nunca antes tocados.
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As lapas são prato da ilha e as memórias surgem na pessoa do Jaquim Serrinha, relato tão vivo de Luísa Dacosta …meixe-se, meixe-se, explicava o Serrinha com deleite a maneira de fazer o petisco, em Aver-o-Mar, livro da escritora que melhor compreendeu a minha terra e as gentes junto ao oceano imenso. As lapas comi no “Mercado Velho”, restaurante com amesendação no que foi casa de venda de peixe nesta ilha do nosso anual regresso a fugir do frio do continente; casa arrendada para dois meses, longe da necessidade de aquecimento, longe de roupas pesadas a afugentar os frios, longe das humidades da chuva impertinente, tudo o que martiriza esta idade de outono na vida. À mesa chegam depois os peixes grelhados, o “espada”, o bodião, a garoupa, o bife de atum e a espetada de carne, sempre de degustar.
Falta-me o mar com ondas, os penedos na praia a recortar pequenas baías de águas mais calmas. Aqui, a praia de nove kms permite passeios nas areias finas, “ricas em magnésio, cálcio, fósforo, enxofre e estrôncio” segundo reportagem Há cada vez mais pessoa a procurar o Porto Santo para envelhecer, do Público.
Acordo, o mar espreita, ao fundo, quase sempre sereno…
É tempo de ir até à biblioteca a rever textos sobre o grande Magalhães pois tenho aprazada palestra, mais uma, a despertar curiosidades onde Cristóvão Colombo se iniciou na arte de navegar e tem museu interessante. Não, o descobridor da América, por engano, não era espião ao serviço de D. João II e não era português…
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