09/07/2021, 1:40 h
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Devo declarar, desde já, que gosto muito de pássaros. Todo o tipo de pássaros. Adoro o seu chilrear e acordar com este tipo de melodia, é algo que me desperta bem.
Um dia destes, e já não é a primeira vez, um pássaro “atreveu-se” a entrar em minha casa através da chaminé do fogão de sala. Não sei se o seu propósito seria cantar para mim em directo. Mas, uma vez dentro de minha casa, esvoaçou, atirou-se contra todas as janelas e, completamente perdido, por mais que eu tentasse orientá-lo para sair pelas portas e janelas abertas, batia em todos os lados e, desta vez, o seu chilrear era de dor e desespero. Conclusão, conseguiu derrubar uma jarra de vidro, que partiu e espalhou penas e excrementos por toda a sala, até que, depois de todo o meu esforço, saiu pela janela.
Estes intrusos, entram sem serem convidados e, mesmo dispondo de condições para um trajecto pacífico, acabam por dar prejuízo e alterar a harmonia existente.
Lembrei-me deste episódio, por analogia a algumas das narrativas que temos ouvido e lido sobre Joe Berardo. Este empresário, tal como o pássaro da minha história, foi entrando em várias empresas de forma hostil e atacava a gestão de forma a desestabilizar, levando a que os accionistas acabassem por lhe pagar para que saísse. O prejuízo era sempre de quem o recebeu, sem necessariamente o ter convidado.
O pássaro e Joe Berardo não são exemplos únicos. Quantos de nós conhecemos realidades semelhantes. Lembro-me de uma conversa com alguém, que tinha admitido um fornecedor para a sua empresa e que, em pouco tempo, entre falhas nas entregas e produtos de qualidade duvidosa, tinha feito grandes estragos no normal funcionamento da fábrica. Dizia-me o empresário “não sei como este homem entrou na minha vida”.
Estes intrusos surgem das mais variadas formas em sociedades, escolas, instituições de todo o tipo e acabam por perturbar, desestabilizar e dar prejuízos. Quanto mais tempo permanecem, maior é o estrago. Quando a diplomacia não funciona e o prejuízo é elevado, devem ser penalizados e até servir de exemplo para que estas histórias não se repitam.
O prejuízo causado por Joe Berardo não se resume às sociedades de que fez parte, mas, estende-se a todos nós, contribuintes. Durante muitos anos tudo lhe foi permitido. Esperamos agora que a justiça funcione e tudo seja bem esclarecido.
Teresa Paula Costa, Membro da Comissão Politica Concelhia de Paços de Ferreira do Partido Social Democrata
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