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Gazeta Paços de Ferreira

20/07/2024, 11:30 h

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O trilho sinuoso de um percurso

Opinião Opinião Politica Partido Comunista

OPINIÃO POLÍTICA

A geração, cuja idade actual varia entre os 20 e os 35 anos, enfrenta hoje dificuldades sérias que julgo ainda não ter sido objeto de estudo aprofundado.

Por Cristiano Ribeiro (Médico e Militante do PCP)

OPINIÃO POLÍTICA

 

 

Sabemos todos que há um número grande de jovens que acabados os respetivos cursos universitários se vêem confrontados com perspetivas negras de futuro pessoal e profissional. O sempre difícil primeiro emprego apresenta à partida várias condicionantes, que passam entre outras razões por uma inadaptação da escolástica e livresca formação teórica à realidade do trabalho, pela resistência desse mundo de trabalho a práticas inovadoras modernas adquiridas em estágios e cursos pelos jovens e até à decisiva desvalorização da aquisição de conhecimentos e capacidades que o ensino proporciona.

 

 

Vivemos num tempo e espaço onde a criatividade e a aprendizagem se toleram em nome da estabilidade absoluta. E do lucro imediato.

 

 

Perante esta realidade, a contradição, este choque de mentalidades onde predomina por fim a hierarquia e a subordinação, os jovens interrogam-se sobre o seu devido valor, o tempo despendido, as energias dispensadas. E perante remunerações e salários completamente desatualizados, não conformes com habilitações e capacitações, aparece como saída a emigração, a procura no exterior de um reconhecimento de um desempenho adequado.

 

 

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O País, o Estado e o empresariado privado assiste a tudo isto com uma bonomia, uma ligeireza, uma superficialidade, como se não se tratasse de uma fuga dramática de recursos humanos e de capitais investidos. E os jovens licenciados portugueses säo louvados generalizadamente.

 

 

Mas a vida de um jovem emigrante, mesmo que qualificado, não é fácil, sendo muitas as pedras no caminho de um percurso irregular. Outras culturas, outras línguas, outros ritmos de trabalho, outras dependências, outras desilusões . E sobrevive em muitos a necessidade de voltar, à família, aos amigos, aos espaços identitários.

 

 

E nova desilusão os espera. O País permanece o mesmo, com os mesmos problemas no sistema produtivo, a mesma incapacidade em desenvolver áreas de intervenção, o mesmo fado fatalista. Este percurso permanece uma angustiosa interrogação.

 

 

 

 

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