07/03/2022, 0:00 h
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No final dos anos 80 e anos 90 do século passado surgiram alertam científicos sobre a perigosidade duma molécula chamada monóxido de di-hidrogénio.
Esta estaria a dizimar milhares e milhares de vidas todos os anos.
A desconhecida molécula estaria por toda a parte, em alimentos, em bebidas, em medicamentos, em produtos de beleza, em piscinas, e até em centrais nucleares. Os seus efeitos eram devastadores!
Quando ingerida em grandes quantidades era mortal, e quando tocada no seu estado gasoso provocava sérias queimaduras.
Até a essa altura nenhum governo, nem nenhuma outra instituição tinha tomado medidas contra esta molécula letal…
Mas no momento que esta informação se tornou pública, começaram a aparecer as primeiras petições para banir o uso do monóxido de di-hidrogénio, e com as redes sociais, esta informação e outras petições ainda vão reaparecendo!
Contudo toda esta história era e é uma falácia, apesar de nenhuma mentira ter sido dita ou escrita.
A molécula com contornos ‘demoníacos’ no centro desta polémica era nem mais nem menos do que a água, apresentada com o seu nome químico.
Na verdade a água ou falta dela, são responsáveis pela ceifa de milhares e milhares de vidas todos os anos. Afogamentos, cheias, águas contaminadas, curtos-circuitos, desidratação e outros, são realidades mortíferas que derivam da água.
Os lados positivos da água ou monóxido de di-hidrogénio foram ocultados propositadamente para ludibriar os menos atentos, e assim criar um pânico infundado.
Recordei este mito, porque considero que seria importante no momento lançar um outro, em que o monóxido de di-hidrogénio estaria em vias de desaparecer, e com ele toda a vida do planeta se extinguiria.
A verdade é que se existe vida na Terra, o devemos à existência de água.
As civilizações ao longo do tempo deram à água um caracter divino e chamaram-na de fonte de vida. Apesar de disporem apenas de observações empíricas, provenientes da necessidade e utilidade da água, eles estavam certos. A vida na terra provem da água, e duma característica ímpar, que todos já observaram.
As matérias podem apresentar-se sob três estados físicos principais: gasoso, líquido e sólido.
Quando a temperatura é baixa, as moléculas têm menos energia e ficam mais concentradas, ficando a matéria sólida, mais densa e mais pesada. À medida que a temperatura sobe, as moléculas ficam com mais energia, vibram mais e dispersam-se, atingindo o estado de líquido, menos denso e menos pesado que o sólido. Com mais energia, atingimos o estado gasoso, com mais dispersão molecular e menos densidade. Esta é uma regra seguida pelas matérias… mas não pela água!
A água no seu estado sólido pesa menos que em líquido! Esta contradição, que podemos ver sempre que colocamos uma pedra de gelo num copo de água, é o verdadeiro milagre da origem da vida!
Senão vejamos, como a vida nasceu nos mares, com a formação dos primeiros organismos, se o gelo seguisse a normal regra de ser mais pesado que a água líquida, quando à superfície a água congelasse, o gelo depositar-se-ia no fundo do mar e a vida estaria comprometida.
A importância da água é extrema, e hoje vivemos um sério problema de seca em Portugal. Mas o assunto foi esquecido nas eleições, e que agora foi absorbido pela guerra russa-ucraniana.
Contudo a emergência continua, e é vital que o país pare e repense o problema da água. E nós localmente, que somos apontados muitas vezes como um mau exemplo ao nível da água, deveríamos analisar o que aconteceu na génese do problema.
Um bem primordial à vida de todos, nunca pode ser privatizado, para depois ser tratado como uma mercadoria para obtenção de lucros.
A água, que nos dá a vida, nunca pode entrar na lei da procura e oferta, mesmo chamando-a de monóxido de di-hidrogénio!
Banir o monóxido de di-hidrogénio ou água da esfera pública foi um erro, e é urgente recupera-la, porque, se hoje é um entrave económico para as populações, quando a água ainda não falta, imaginemos o que será quando ela escassear na nossa região…
Ricardo Jorge Neto
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