15/03/2024, 11:14 h
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Educação Opinião ROSÁRIO ROCHA
EDUCAÇÃO
Por Rosário Rocha (Professora do AE Frazão)
COMENTÁRIO - EDUCAÇÃO
A minha mãe, quando eu era mais pequena, dizia-me muitas vezes: “As palavras voam, mas os exemplos ficam.” Recordo-me dessa expressão tantas vezes!
Dizemos para não mentir…
Mas depois acontece uma situação em casa e sai-nos rapidamente: “Não contes ao pai ou à mãe, ou à avó…” Não fez os trabalhos de casa ou faltou à escola porque ficaram a dormir ou foram passear, então o conselho é: “Diz à professora que estiveste doente, ou a mãe vai dizer à professora que estiveste doente.”
Dizer palavrões…
Toda a gente sabe que não é bonito dizer palavrões, ou agredir verbalmente. Contudo, se o meio em que as crianças vivem regista com frequência incidentes em que os palavrões são uma constante entre os adultos, se a delicadeza e o respeito não são apanágio, é lógico que as crianças absorvem e imitam as características do meio que as rodeia. Todos nós temos momentos em que nos sai algo que não devia, mas que sejam momentos isolados e não a norma.
E vou partilhar convosco uma situação que sempre me tirou do sério. Acho tão bonito uma família que vai assistir a qualquer atividade desportiva, mas que estraga tudo quando, a dada altura, um dos adultos decide extravasar toda a sua raiva acumulada, e se põe a insultar árbitros, jogadores, caso seja o caso. E, por vezes, ainda acontece começar a discutir com outros adeptos ali ao lado, prontos a partir para vias de facto, com os filhos como espectadores… Que exemplo se dá?
Pegar no que não é nosso…
Se um miúdo chega a casa com algo que não é seu, qual a função dos pais? Obrigar a que seja devolvido, pois não é dele! Deixar o miúdo ficar com algo que não lhe pertence, é alimentar a ideia de que “achado não é roubado”, como alguns dizem… ou até pode ser, pois certamente tinha dono.
Mas, cada vez que os pais pegam em algo que não é seu, conseguem entrar num sítio sem pagar, porque furaram o “esquema”, trouxeram algo que não pagaram ou alguém se enganou no troco e metem ao bolso, não estão a ensinar os filhos a serem “chicos-espertos”, estão a ensiná-los a serem pouco sérios… e que a seriedade não é uma das maiores virtudes.
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Respeitar o outro…
Quando à frente dos filhos só se fala mal dos colegas de trabalho, dos vizinhos, da família…
Quando à frente dos filhos se diz: afasta-te daquele menino ou do outro, que não ”é flor que se cheire, nem a família dele”;
Quando à frente dos filhos se discrimina outro ser e se trata como inferior, seja em função do estrato social, económico, modo de vestir, raça, tamanho… por tantos motivos… que valor se passa às crianças?
A vida é um espelho…
E os pais são também o espelho dos filhos. E, tal como a vida, reflectem o que está diante deles. E no futuro, o que queremos que os nossos filhos sejam? E como queremos que ajam?
Que sejam “chicos-espertos”, nos mintam, não nos valorizem/ respeitem… ou… que sejam honestos, verdadeiros e que também para nós sejam dedicados e delicados e cuidadosos?
Vou usar novamente a expressão que a minha mãe tantas vezes me dizia: “As palavras voam, mas os exemplos ficam.”
Sejamos exemplo!
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