09/03/2025, 0:00 h
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Munícipio Freamunde Manuel Maia Opinião
OPINIÃO
Por Manuel Maia
Quer isto dizer que Freamunde passa a ter mais Instituições Socio/Culturais do que a sede do seu concelho, Paços de Ferreira (se é que, há muito, já não as tem!). Mas não quer dizer só isso! Quer dizer muito mais…!
Quer dizer que, desde que Freamunde passou a cidade, de quando em vez, surge uma ou outra voz, desgarrada, a reclamar a “independência”, isto é, a sua “desagregação” em relação ao concelho de Paços de Ferreira.
Se no início parecia um verdadeiro disparate, aos poucos a ideia vai crescendo e ganhando forma. E se, por ventura, as vozes desgarradas se unirem em coro, nessa altura, ninguém conseguirá parar a onda, porque, se eu bem conheço este povo, sei que os seus intentos serão para levar por diante.
E que adviria daqui?
Pura e simplesmente isto: “o Concelho de Freamunde” tomaria conta das freguesias mais ricas do Concelho de Paços de Ferreira, ou seja, todas as que estão para leste do eixo Carvalhosa, São Pedro Raimonda, Sanfins…E mais! Iria a Lousada buscar as freguesias de Figueiras, Covas e outras, talvez!
Basta que, para tal estas, povoações sejam ouvidas em referendo, manifestem tal desejo e um Deputado da Assembleia da República apresente uma proposta nesse sentido.
Paços de Ferreira ficaria reduzido às freguesias a oeste da sede.
Nesta minha longínqua febril deambulação (mera digressão imaginária, espero eu!) Seroa, seria o “Texas”, ou seja, o “far-west” do Concelho. Infelizmente as circunstâncias ou condições criadas empurram-nos para a concretização deste fictício cenário.
Aqui, há tempos, quis trazer para Paços de Ferreira a AEJAVAS (Associação de Escritores, Jornalistas e Artistas do Vale do Sousa). Uma “Doutora” (há pessoas que se sentem nuas se ao seu nome de baptismo não lhe juntarem um título. Título que lhes eleve a auto-estima e o amor-próprio),pois bem, essa Srª ,seguida por um séquito de colegas, alunos e amigos “chumbou” meu teste.
O curioso é que foi ela própria quem me ajudou a elaborar a lista de escritores, ou para ser mais correcto, lista de escrevinhadores pacenses. Teve a delicadeza de me levar até à sua biblioteca, por sinal muito bem recheada, mas não tanto quanto a minha (tenho cerca de mil livros. Folheei-os todos, mas não li nem ¼).
E, ali mesmo, na sua biblioteca, elaboramos a tal lista, composta por todos os colaboradores dos jornais pacenses e outros que, não sendo colaboradores, tinham obras publicadas. Juntamos perto de cem pessoas.
Se a estas juntássemos todas as demais ligadas às “Belas Artes” (música, arquitectura, escultura, pintura, gravura, dança, banda desenhada/cartonismo…) ultrapassaríamos as 130 pessoas.
Paços de Ferreira seria, por algum tempo, a Capital da Cultura a nível do Vale do Sousa.
A Drª opôs-se, curiosamente utilizando uma expressão minha, que anda por aí perdida em qualquer página de jornal ou livro, onde afirmo: “aderi ao espírito do 25 de Abril por Amor à Liberdade, por isso não me quero associar a nada” (claro que, nessa altura, me referia a filiar em partidos e não a Associações Culturais! Hoje, estou filiado!)
O Vereador da Cultura, que exercia estas funções, “bateu palmas” quando viu chumbada a minha pretensão, pois, assim, viu-se livre de mais uma chatice. Esse Vereador, tal como essa Drª, e companhia, não sabem que a Cultura, em vez de prender, solta, tornando os cidadãos mais autónomos e envolvidos na vida cívica de toda a comunidade. É a Cultura que nos define enquanto seres humanos, sem ela não há humanidade.
O problema de muitas terras é haver pessoas culturalmente analfabetas com acesso ao Poder.
Freamunde, sabe isso…
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