Por
Gazeta Paços de Ferreira

08/08/2021, 10:59 h

166

De cortar a respiração

Marta Gomes

 

Cada vez mais vivemos num modo de cortar a respiração.

Com o objetivo máximo de nos protegeremos criamos escudos, cintos, bóias, coletes no nosso core, ou seja, em torno da nossa barriga.

Esses escudos podem ser gordura visceral, gordura subcutânea e/ou tensões viscerais e diafragmáticas. Tal altera a configuração bem como o potencial do nosso core, da nossa barriga. É aqui que se situa o nosso centro de gravidade e, se ele for atingido, podemos facilmente desequilibrar-nos e cair.

Há uma intrínseca relação entre o emocional e a respiração podendo o emocional despoletar alterações no padrão respiratório bem como um padrão respiratório alterado induzir labilidade emocional. Sempre aquela história de quem surgiu primeiro “o ovo ou a galinha?”.

Não alcançamos as nossas barrigas d’sonho por tanto nos querermos proteger de tudo e de todos na maior parte do tempo.

O constante “cuidado aqui, cuidado ali” para evitar a falha faz-nos entrar em tudo com tensão, faz-nos ver sempre todo um ambiente hostil em torno de nós. Não confiamos no ambiente e arranjamos estratégias de proteção. Procuramos comfort food em demasia para nos aconchegar e permitir alienar de tal hostilidade. Respiramos como se tivéssemos sempre um espartilho, dentes cerrados e sem amplitude de movimento. Movemo-nos sempre da forma convencional para não diferirmos muito do ambiente. Se quase ninguém faz exercício, se quase ninguém dá atenção ao próprio corpo acompanhamos o registo para assim ser mais fácil o enquadramento, a empatia e a sensação de fazer parte de um grupo de pessoas “iguais”.

Acabamos por ser o resultado das cinco pessoas mais próximas de nós, mas faz sentido não esquecer a nossa essência, ou seja, não nos esquecermos de quem somos, de como somos, do que gostamos e do que queremos.

Uma barriga d’Sonho é um conforto. É uma barriga livre de tensões, um corpo livre na respiração e no movimento. Não é este conforto que nos corta a respiração. É, sim, o esforço que fazemos para sermos tudo menos nós próprias/os.

É de cortar a respiração quando nos esquecemos de nós, de quem somos, do nosso auto-cuidado.

Inspiramos. De seguida, expiramos pelo dobro de tempo da inspiração para libertar todas as tensões, para esvaziar. E assim permitir encher de novo. Com o novo.

O que vos está a cortar a respiração? O que vos está a impedir de expirar lenta e prolongadamente?

Em dois minutos foquem a atenção na vossa respiração. Inspirem e expirem pelo dobro do tempo da expiração. E sintam se, quando param, facilmente conseguem apenas fazer cinco a seis respirações num minuto. Este registo, esta conexão, é muito importante para informar o cérebro de que está tudo bem.

Boas práticas.

Marta Gomes (MSc, PT)

//Fisioterapeuta // Medicina Chinesa // Pilates // Saúde da Mulher Integrativa

www.martagomessaude.pt

instragam: @martagomes.saude

Brand® Barrigas d'Sonho by Marta Gomes

 

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