26/10/2023, 0:00 h
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EDITORIAL
EDITORIAL
Estávamos longe de pensar, quando escrevíamos no editorial para a última edição deste jornal - com a saída do FAM se iniciará um novo ciclo político com o enterro da guerrilha política - que essa guerrilha entre socialistas e sociais democratas se manteria e iria, pelo contrário, agravar.
Mas o facto é que se agravou.
Aparentemente, tal deveu-se aos cartazes, que a oposição social democrata fez espalhar pelo concelho, em que pretendia criticar actos e factos da maioria socialista, que, no seu entender, estariam menos conformes com os princípios da igualdade de acesso a funções públicas, e de responsabilidade, imparcialidade e transparência no exercício dessas funções.
Ao fazer isto, a oposição social democrata cumpria o seu papel de oposição, quando alertava para os elevados custos das festas, para a contratação de autarcas socialistas para assessorias de órgãos municipais e para as falhas das obras na ETAR de Arreigada.
Não é novidade para ninguém que o Poder, mesmo o democrático, convive sempre/quase sempre mal com a crítica pública dos seus actos ou das suas omissões, pelo que deverá haver um especial cuidado na expressão da crítica, no respeito pelos factos, seus fundamentos e enquadramentos.
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Seria natural que a maioria socialista não apreciasse as críticas, mesmo que elas obedecessem a estes requisitos mínimos.
Acontece que a forma encontrada para a sua formulação nos parece muito longe de respeitar estes parâmetros, especialmente o dos tachos para os autarcas e o da ETAR.
No primeiro, ofendem-se os autarcas “sem tachos”, escarrapachando-lhes as fotos como potenciais tachistas, pelo facto criminoso de serem autarcas socialistas, vencedores das eleições e na pergunta colocada no outro insinua-se desvio das verbas destinadas à sua construção/reabilitação.
Esperamos que os intervenientes, sem prejuízo de continuar o seu exercício de fiscalização da actividade municipal, de forma persistente, dura e severa, o façam de forma esclarecida e esclarecedora, fortalecendo a Democracia.
Também esperamos que do Poder haja a humildade democrática de reconhecer que às vezes também o rei vai nu.
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