15/04/2022, 0:00 h
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Leonor Leão
No último mês, vivenciamos ao que muitos acharíamos pouco provável. Ainda no rescaldo do período mais desafiante da nossa história recente, com a crise de uma pandemia por demais arrastada, assistimos ao ressurgimento de uma Europa em guerra. Mergulhamos na estupefação perante a violência das imagens que nos chegam. Sinal de que nada deve ser dado por adquirido. Sinal de que os valores fundamentais das sociedades contemporâneas, sejam a liberdade, o estado de direito democrático, a paz, vão a jogo todos os dias.
A surpresa e choque rapidamente deram lugar à enorme onda de solidariedade em torno do drama ucraniano. Ali, no leste europeu, as rotinas diárias do seu povo são hoje apenas escombros, explosões e dor. Sim, o sofrimento dos que partem rumo à paz, dos que ficam em defesa da justiça e da liberdade, dos que são vítimas dos mais cobardes ataques.
A nação ucraniana não era o melhor exemplo de uma democracia, sejamos honestos. Todavia, não era o pior. As circunstâncias geográficas, sociais, económicas e políticas em que se insere são de uma complexidade tal que dificultam o rápido caminho para a democracia. Os anos mais recentes não foram fáceis. Contudo, a bravura deste povo abria uma janela de esperança, considerando as potencialidades que o país tem, seja na sua geografia ou na economia.
A encapotada operação especial russa, que se trata efetivamente de uma invasão, colocou o sonho ucraniano em stand-by, tornando-o numa luta pela sobrevivência. Isto porque “ a guerra não destrói apenas o presente, mas também o futuro de uma sociedade.”, como relembrou o Papa Francisco recentemente. Hoje e nos próximos tempos, a prioridade será defender a integridade desta jovem nação, nascida dos escombros do fracasso soviético. A defensiva ucraniana tem demonstrado essa vitalidade: uma bravura imprevisível perante a tirania das tropas de Putin. Só isso justifica que a “operação especial” se arraste sem fim à vista e o desígnio russo de paz seja quase nulo. Triste a nação que para alcançar alguma relevância mundial tem de recorrer à força armada.
Desta guerra, como em todas as guerras, ninguém sai a ganhar. Todos perdem. Será possível alcançar a paz? Aquela paz que Sophia escreveria como “a paz sem vencedores e sem vencidos”?
Leonor Leão
JSD Paços de Ferreira
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