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Gazeta Paços de Ferreira

15/02/2025, 0:00 h

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A Saúde no Tâmega e Sousa: Um Direito em Risco

Opinião Opinião Politica Partido Comunista

OPINIÃO POLÍTICA

O Tâmega e Sousa merece mais do que promessas vazias e medidas paliativas; merece um SNS forte, capaz e verdadeiramente universal.

Por Duarte Dias (Dirigente da Sub-Região do Vale do Sousa e Baixo Tâmega do Partido Comunista Português)

 

A saúde é um direito fundamental consagrado na Constituição da República Portuguesa, fruto das conquistas da Revolução de Abril. No entanto, a realidade que os cidadãos do Tâmega e Sousa enfrentam diariamente está longe de refletir esse direito. A Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa (ULSTS), que deveria garantir cuidados de saúde de qualidade a cerca de 520 mil pessoas, está a falhar na sua missão, e a culpa recai sobre sucessivos governos que têm negligenciado esta região.

 

A ULSTS, que integra o Hospital Padre Américo, em Penafiel, e o Hospital de São Gonçalo, em Amarante, além de 73 unidades funcionais distribuídas por 12 municípios, enfrenta graves problemas de subfinanciamento e desinvestimento. O encerramento de serviços essenciais, como a maternidade e a pediatria no Hospital de São Gonçalo, e a degradação de outros, como radiologia e cardiologia, têm sobrecarregado o Hospital Padre Américo, tornando-o incapaz de responder adequadamente às necessidades da população.

 

A situação é particularmente grave em áreas como a Medicina Física e de Reabilitação, onde os tempos de espera são excessivos, e os doentes são forçados a procurar cuidados no setor privado, muitas vezes sem garantia de continuidade no tratamento. Além disso, a contratação de camas de internamento em unidades privadas, sem a devida articulação clínica, tem resultado em cuidados descontinuados e de má qualidade, deixando os doentes e suas famílias em situação de desespero.

 

 

 

 

A falta de investimento em equipamentos e a dependência de serviços privados para exames de diagnóstico e terapêutica agravam ainda mais o problema. Os critérios economicistas destes serviços privados, que privilegiam quem tem seguros de saúde, resultam em atrasos consideráveis e na transferência de verbas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para o setor privado, em detrimento da qualidade e da equidade no acesso aos cuidados de saúde.

 

É urgente que o Governo implemente um plano de capacitação da ULSTS, que inclua a contratação e fixação de profissionais, a reabertura de unidades e serviços encerrados, e o apetrechamento dos centros de saúde e unidades hospitalares com os equipamentos necessários. Só assim será possível garantir uma resposta adequada e atempada às necessidades de saúde da população do Tâmega e Sousa.

 

A saúde não pode ser um privilégio de alguns; é um direito de todos. É tempo de exigir que o Estado cumpra a sua obrigação constitucional e garanta o acesso a cuidados de saúde de qualidade para todos os cidadãos, independentemente da região onde vivem. O Tâmega e Sousa merece mais do que promessas vazias e medidas paliativas; merece um SNS forte, capaz e verdadeiramente universal.

 

 

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