24/02/2024, 0:00 h
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OPINIÃO POLÍTICA
OPINIÃO POLÍTICA
Começou um novo circo eleitoral. Começou o tempo das promessas afirmadas e reafirmadas, mas quase nunca cumpridas. Começou o tempo do otimismo mediático e irrealista. E nisso grande parte da classe política, a mais representativa, o jornalismo e a população entra numa espécie de jogo de ilusão e de desresponsabilização que parece a todos agradar. Há razões objectivas e subjectivas. Falarei de algumas.
A classe política mais representativa (PS, PSD, IL, Chega…) tem razões para não haver qualquer escrutínio ou balanço da sua atividade. São inúmeras as promessas não cumpridas, a falta em compromissos assumidos, a falência da representação dos seus deputados.
Não é fácil confrontar benevolamente governantes e representantes eleitos com as suas posturas oficiais ou sentido de voto em dossiês particulares. Como pode um deputado PS, ou da chamada oposição á direita, enfrentar olhos-nos- olhos um professor da Escola Pública ou um profissional de saúde do SNS sem reconhecer a sua degradante incoerência perante os problemas? Como pode Pizarro por exemplo, invocar capacidades de liderança na área da Saúde, quando o caos e a evitável mortalidade atingem a assistência médica no País? Como pode o Ministro da Educação invocar resultados no sector que o tornem a si e às políticas educativas do setor capital de confiança numa estratégia necessária? Como podem os governantes ter crédito no funcionamento da Justiça perante tantas provas de ineficácia e de incumprimento de direitos?
A classe política mais representativa (PS, PSD, IL, Chega …) não merece valorização positiva, independentemente dos rostos. E o resultado real que nem as encenações ilusionistas do EXCEL governamental confirmam é sofrível.
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Os temas da demagogia mais simbólica são sempre os mesmos: são as linhas férreas de alta velocidade e de média velocidade, a assistência social e habitacional a nichos de mercado, a “simplificação” administrativa, uma qualquer “descentralização”, uma renovada “preocupação” com a saúde oral e mental dos portugueses, uma cosmética às leis eleitorais…ou um salário mínimo para 2030…
Há porém novos elementos de demagogia. Prometem-nos a extinção das portagens das ex-SCUTs quando há menos de um ano votaram contra uma proposta do PCP nesse sentido. O mesmo se passou com o IVA da electricidade, com a inclusão do rendimento dos filhos dos idosos no cálculo do Complemento Solidário dos Idosos. Os mesmos rostos anunciam hipocritamente promessas hoje que contrariam realizações de ontem.
A espuma mediática dos dias revela quão frágil é o debate político em Portugal. Quase ninguém interroga a estagnação económica europeia, fruto dos fortes constrangimentos do Euro e da perda de instrumentos de soberania.
Quase ninguém interroga a política agrícola favorecedora de explorações intensivas, predadora de solos e de recursos de água. Quase ninguém valorizava (até agora) a ditadura cruel dos preços exercida pelos grandes grupos da distribuição alimentar sobre os produtores. Foi preciso um sobressalto de agricultores, aquém e além fronteiras, para que surgisse uma “folga orçamental” no sector.
O resto muito anunciado: macacos, macacões, vigaristas e outras pestilências.
Assim resumo a realidade.
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