19/05/2021, 23:43 h
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Algumas pessoas entram nas nossas vidas com um único objetivo: ensinar-nos a não ser como elas. Infelizmente, só nos damos conta disso quando elas já estão prontas para abandonar a casa no nosso peito.
Não forço ninguém a ficar. Não finjo sorrisos para agradar. Nem desejo nada de mal, até porque a vida tem a sua forma de nos chapar na cara o que precisamos aprender, da pior maneira.
Se a pessoa está decidida a partir, até a ajudo a fazer as malas, dou-lhe um pontapé no rabo e faça o favor de lhe abrir a porta.
Há pessoas que não valem a pena, que só nos empurram para o buraco, que nos sugam as boas energias e que em nada nos acrescentam. Se não servem para estarem sempre presentes, então, também não servem para estarem presentes em momento algum.
Há pessoas que nos desiludem e nos fazem duvidar se alguma vez foram verdadeiras, mas ensinam-nos, na mesma medida, que por mais que elas não tenham sido boas, nós fizemos a nossa parte. E nós iremos deitar a cabeça na almofada e dormir descansados, talvez tristes por algumas noites, contudo, em paz. Já a outra pessoa, cedo ou tarde vai sentir a consciência pesar e o arrependimento corroer até aos ossos.
Mas depois, depois é tarde demais; tarde demais, as duas palavras mais amargas da língua portuguesa. Tarde demais voltam para perceberem que ao contrário do que dizem, o tempo nem sempre é amigo, as amizades não são objetos, que usas quando precisas e despejas no lixo quando não têm mais utilidade para ti, e algumas portas ficam trancadas para sempre.
Letícia Brito
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