22/10/2020, 22:50 h
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Vivemos num mundo de desigualdades, não há como negá-lo. E se muitos disseram que esta crise que surgiu em meio à pandemia iria mostrar que pobres e ricos são iguais e têm o mesmo destino, a verdade é que nada poderia prever que as diferenças entre estas duas classes ficariam ainda mais evidentes.
Talvez não haja forma de escapar à doença e à morte quando chega a hora do rico, mas, a derradeira verdade é que o rico será sempre privilegiado, pois tem ao seu alcance meios para conseguir melhores tratamentos médicos que, muitas vezes, não são compatíveis com o bolso do pobre.
Se o pobre perde o trabalho e fica com as duas mãos atadas, o rico ainda tem os bolsos cheios para se sustentar até que a crise passe.
Se o pobre tem de devolver a casa ao banco e vender o carro, o rico pode recorrer à offshore nas Bahamas que abriu em segredo.
Se o pobre sofre e chora por não ter como saldar as dívidas, o rico encontra sempre uma forma de fugir ao fisco e, se é apanhado, escapa sempre sem grande alarido.
Já dizia o meu avô: se o pobre surrupiar um 1 quilo de arroz no mercado, para matar a fome, é ladrão, se o rico roubar 1 milhão de euros, para viver em luxo, fez um desvio de dinheiro.
As desigualdades são cada vez mais notórias, e sim, ainda existe classe média, mas por quanto tempo?
A classe média vive uma vida confortável, paga as suas contas, tem uma boa poupança e, em meio à crise, tem como manter-se por mais uns meses, quiçá, uns anos, porém, se os pobres estão cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos, será possível que esta classe, que balança entre os dois polos, consiga aguentar-se muito mais?
Letícia Brito
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