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Gazeta Paços de Ferreira

17/02/2020, 12:58 h

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As obras de regeneração urbana em Paços de Ferreira e Freamunde sob a perspectiva da segurança e do sentimento de (insegurança)...

Atualidade

As obras de regeneração urbana de que Paços de Ferreira e Freamunde estão a ser alvo podem ser analisadas sob várias perspetivas e até serem motivo de críticas - como o são - que, desde que sustentadas, serão todas legitimas mas também todas discutíveis. Este tipo de intervenções não são casos únicos no país, pois o mesmo tipo de operação, com similares críticas, ocorre – neste momento – em outras cidades, como seja, por exemplo, Vila Real. Estes processos de reconstituição e asseio urbano tem sido em Paços de Ferreira, inclusivamente, acompanhado por uma espécie de movimento de gentrificação onde áreas até agora pouco valorizadas, mas próximas do centro, estão a albergar espaços de construção qualificados e modernizados. Este fenómeno, inevitavelmente, irá ocorrer em maior escala, também, em Freamunde (em maior escala por que já vem ocorrendo com a zona do parque da cidade a sofrer uma grande transformação na última década), face à grande escassez de habitação e face à grande “densidade populacional” da cidade. As várias opiniões e posições sobre esta transformação centram-se, pois, em muitas dimensões mas até agora não vi nenhuma que se focasse na vertente da segurança. Esta é tão importante que basta pensar naquilo que estas duas cidades sofreram ao nível da sua representação social, da imagem e do sentimento de insegurança das suas gentes e forasteiros quando nos anos 90 e, ainda, na primeira década deste século o seu quotidiano era povoado por muitas pessoas – cientificamente apelidados de Junkies – com evidentes sinais de degradação fruto de um estilo de vida assente no consumo problemático de heroína e com todo o “pânico moral” e “sentimento de insegurança” daí resultante. O problema era tão mais evidente porquanto os consumos endovenosos e o pequeno tráfico eram, frequentemente, feitos “às claras”, nos centros urbanos e aproveitando a arquitetura destes. Isto é, aproveitando os espaços abandonados ou os espaços guetizados ou simplesmente os cantos e espaços pouco visíveis e insuficientemente iluminados. Recordo-me bem de um anterior, e de boa memória, Presidente da Junta de Freguesia de Freamunde, me perguntar o que era possível fazer para mitigar o problema. A minha resposta foi pronta: “Ilumine os espaços Sr. Presidente, dê-lhes visibilidade e anule os cantos e recantos”. Ora, não obstante outros aspetos que possam ser alvo de crítica, objetivamente percebe-se que aquelas obras servirão para assear os centros urbanos, para favorecerem a ocupação destes pelas pessoas, para os devolverem aos transeuntes, diminuindo o risco da sua apropriação por eventuais atividades ocultas, desviantes e devolvendo um importante sentimento de segurança à população. E aqui não podemos deixar de destacar, ainda, a forte iluminação noturna que contemplou esta regeneração em Freamunde e que se revela muito importante para o reforço deste sentimento de segurança das suas populações. Este deverá, em meu entender, ser o caminho a seguir para o “Parque Urbano de Paços de Ferreira” que na sua origem tem vários espaços atomizados, alguns dos quais devolutos e degradados. Assim, uma intervenção que implicasse a sua substituição - ou simples anulação - por espaços abertos sem estes obstáculos arquitetónicos mas com muita luminosidade (para além da existente), devolvendo o parque na sua vertente noturna aos munícipes, seria uma forma de qualificar um espaço fundamental para a cidade. No entanto Roma e Pavia não se fizeram num dia …  
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