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Gazeta Paços de Ferreira

20/02/2023, 0:00 h

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VACINAÇÃO E RASTREIO PARA UM CANCRO PREVENIR

Opinião Saúde

OPINIÃO SAUDE

Em janeiro celebrou-se no mundo o mês da consciencialização para o Cancro do Colo do Útero. Este é o cancro mais comum, de entre os tumores do sistema reprodutor feminino, representando cerca de 6% dos cancros nas mulheres.

Maria Inês Durães

Em janeiro celebrou-se no mundo o mês da consciencialização para o Cancro do Colo do Útero. Este é o cancro mais comum, de entre os tumores do sistema reprodutor feminino, representando cerca de 6% dos cancros nas mulheres.

Este é causado pelo vírus do HPV (Vírus do Papiloma Humano), transmitido por via sexual. Estima-se que cerca de 80 a 90% dos homens e mulheres sexualmente ativos, serão infetados com pelo menos um tipo de HPV durante a sua vida.

 Na maioria dos casos, as infeções resolvem espontaneamente e sem consequências clínicas, em um ou dois anos. Porém, quando a infeção não resolve e é persistente, esta potencia o aparecimento lesões e maior risco de progressão para cancro.

Assim, a infeção pelo HPV é considerada o fator etiológico necessário para o desenvolvimento do cancro do colo do útero, embora outros fatores concomitantes à infeção pareçam aumentar o risco de evoluir para tumor (história de infeção sexualmente transmissível; múltiplos parceiro(a)s sexuais; início precoce da atividade sexual; debilidade do sistema imunitário; tabagismo; entre outros).

Além do cancro do colo do útero, o HPV pode ser o responsável por outros cancros, como cancro do ânus, da boca e garganta, da vagina, do pénis, e de outras lesões.

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Apesar de tudo, a evolução para cancro pela infeção por HPV, é atualmente prevenível com vacina e curável, se detetada precocemente.

Desde 2008 que se realiza a vacinação de todas as meninas, a partir dos 10 anos, em Portugal, de forma gratuita. Desde 2020, passou a ser incluída, no Plano Nacional de Vacinação, para todos os meninos nascidos a partir de 2009, recomendando-se a vacinação até aos 26 anos.

A vacinação de mulheres com mais de 26 anos tem uma relação custo/benefício discutível em termos de saúde pública, mas confere uma proteção individual significativa, pelo que é de aconselhar a vacinação até aos 45 anos.

No que diz respeito à deteção da infeção, em Portugal está implementado o rastreio do colo do útero a todas as mulheres entre os 25 e os 60 anos de idade de cinco em cinco anos, se tiverem iniciado vida sexual. A consulta e o teste de rastreio, realizados no centro de saúde, são gratuitos para as mulheres elegíveis.

Em 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu uma meta para eliminar este cancro como um problema de saúde pública, adotando a Estratégia Global para a Eliminação do Cancro do Colo do Útero. Contudo, para que tal seja possível, será necessário investimento ao nível da vacinação, rastreio e tratamento de lesões pré-malignas detetadas precocemente.

Maria Inês Durães, Médica

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