27/12/2022, 0:00 h
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A época do ano que vivemos invoca as reuniões em família e os auspícios de paz e tranquilidade. No passado muito mais relacionado com as tradições religiosas, sejam Cristãs, Católicas, ou mesmo Judaicas, a tendência atual do Natal é a de uma celebração mais centrada na troca de presentes. Apesar de esta prática também ter alguma origem bíblica, nomeadamente nos escritos do evangelista S. Mateus, toda a envolvente relacionada com os Reis Magos, acabou por ser “embelezada” pelos séculos. Mas isso é outra história…
O que me traz a estes escritos é o facto de que a razão principal da realização destas festividades nesta altura do ano vem sendo esquecida com a passagem dos tempos. Na realidade, estas celebrações são tão antigas quanto a própria existência do ser humano, estando relacionadas com o ciclo de translação da terra em redor do sol e do seu efeito perante o posicionamento que a terra tem no seu eixo, nomeadamente no hemisfério norte: o Solstício de Inverno, frequentemente a 21 de Dezembro, data em que ocorre a noite mais longa, a partir de quando os dias começam a crescer. No contexto pagão dos nossos antepassados, o momento em que a Luz vence as trevas.
Na minha terra, a cidade de Freamunde, venera-se nas festividades de 13 de Dezembro a Santa Luzia. Tratando-se de uma santa martirizada pela cegueira e daí o nome de Luzia e logo a protetora da visão, representa simbolicamente para os Católicos a preparação para receber a Luz, pelo nascimento de Cristo a 25 de Dezembro. Neste sentido Cristo é a Luz, o qual nasce, também, na fase do ano em que as trevas são vencidas pela Luz.
Já a tradição Judaica aponta nesta altura para a celebração do Hanukkah. Curiosamente, também denominada como a Festa das Luzes, que celebra o milagre de um fio de azeite que usado na iluminação do candelabro do templo, em vez de durar um dia, conseguiu iluminar o templo durante oito dias. Daí que tradição se exprima no acender de uma vela, a cada dia, em cada um dos braços do Chanukiá.
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Desta forma, duas características sobressaem deste período do ano. Em primeiro lugar o seu caráter cíclico e renovador. A esperança inerente a um constante recomeço. E em segundo lugar e mais importante, o sentido de deixarmos que a Luz ilumine as nossas vidas num recomeço pacífico e tranquilizador.
Tenhamos a arte e o engenho de saber recomeçar um novo ciclo em paz e harmonia, de que tanto necessitamos nos dias que correm. E, principalmente, iluminados pela Luz do Amor, que há aproximadamente 2000 anos foi apresentada há humanidade como terceira grande razão de celebração desta época.
Votos de Festas Felizes e plenas e Luz!
Hugo de Sousa Lopes
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