Social, ai o social...

A verdadeira realidade social do nosso país esconde-se de várias formas e desta forma não mostra a sua gravidade. São inúmeras as circunstâncias que a não serem, primeiramente consideradas e depois alteradas, agravarão a situação.

Em primeiro lugar, a demografia. O envelhecimento etário da população condiciona a pirâmide social, criando um desajuste entre ativos e dependentes, entre produtores e consumidores.

Em segundo lugar, a ileteracia. São inúmeras as fragilidades na aquisição de conhecimentos, experiências e competências, em largos estratos da população de todas as idades.

Em terceiro lugar, a consciência social. Predomina em muitos o individualismo, a ausência de compromisso na família, no trabalho, na sociedade.

Em quarto lugar, a vulnerabilidade física e psicológica, perante o alcoolismo, a adição das drogas, o jogo, a injustiça social. Predomina o pessimismo, o destino, o deixa-andar, o curto prazo.

Em quinto lugar, a corrupção, a chico-espertice, a tolerância perante o abuso, a prepotência. Somos culturalmente passivos.

Em sexto lugar, a falta de referências políticas, sociais e morais, que estruturem politicas de redenção, de partilha e de crescimento. Vivemos num mundo de ilusões, pequenos ganhos e de responsabilidades limitadas.

Estruturei este pensamento não referindo uma realidade concreta que me anda a perturbar. Não há aqui nomes de locais específicos, nem de gentes concretas, embora pudessem estar. Viver não é vegetar. Esconder a realidade não é solução.

ASSINE A GAZETA DE PAÇOS DE FERREIRA