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Gazeta Paços de Ferreira

14/02/2025, 10:11 h

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Provas e exames

Educação Opinião ROSÁRIO ROCHA

EDUCAÇÃO

O Ministério da Educação abandonou as tradicionais provas de aferição a meio do ciclo de ensino (2º, 5º e 8º anos) e instituiu as provas ModA para o 4º e 6ºs anos. Segundo o Ministério, deixam de aferir e passam a monitorizar a aprendizagem. Na realidade têm os mesmos objetivos, mas mudou-se o nome.

Por Rosário Rocha (Professora do AE Frazão)

 

Provas ensaio

 

Esta semana começam as provas ensaio das provas ModA e dos exames do 9º ano. Estas provas ensaio são uma novidade. Como as provas serão realizadas em formato digital, pretende-se promover o contacto com a plataforma eletrónica e identificar eventuais problemas, nomeadamente com a conetividade da internet e equipamentos. Em suma, penso que estes testes servem apenas para que as escolas se preparem e colmatem as dificuldades técnicas para que tudo esteja funcional na realização das provas no final do ano.

 

 

Modelo das provas

 

Nos últimos anos, as provas de aferição foram em suporte digital e estas seguem a mesma modalidade. Quanto às provas de aferição nunca houve testagem das condições, portanto se é para se fazerem, que se tentem resolver os problemas antes e acho importante que haja uma ambientação à plataforma.

 

Há dois anos atrás, os meus alunos realizaram provas de aferição em formato digital (penso que foi a primeira vez). Já na altura falei sobre o assunto e, na realidade, pouco, ou quase nenhum, valor dei às provas. Não treinei com os miúdos, não os obriguei a fazer textos intensivos para treinarem a digitação, não fiz nada disso…

 

Apelei principalmente aos pais que não colocassem pressão sobre os miúdos e, quem comigo trabalha, sabe que, se houve pressão, veio de fora.

 

As provas de aferição e as ModA são em formato digital. É assim que os miúdos trabalham normalmente?

 

 

 

 

Para que servem as provas?

 

Pessoalmente, sempre fui a favor de exames nacionais no final do ciclo e ninguém morre por isso. Há aprendizagens essenciais que devem ser desenvolvidas, ao longo de um ciclo, e não virá o mal ao mundo se no final se avaliarem os conhecimentos e capacidades adquiridas e/ou desenvolvidas. É possível avaliar tudo através de um exame? Claro que não, mas é possível chegar a alguma conclusão.

 

Professores, alunos e pais devem entrar em ansiedade por causa dos exames? Não, devem ser vistos como uma rotina de avaliação, mas a única diferença é que ninguém sabe o que vai sair, ninguém treina, é o mesmo exame para todos os alunos do país. Sinceramente, concordo com os exames finais, mas sempre foi a minha opinião.

 

O que me desagrada nestas provas é a questão de serem digitais. Os nossos alunos não trabalham normalmente na vertente digital. Apesar da tecnologia fazer parte da vida dos nossos alunos, não é a metodologia ou método de trabalho.

 

Continua (e bem) a trabalhar-se em formato de papel mais tempo do que em formato digital. E se formos para o primeiro ciclo, quase me arrisco a dizer que 99% do trabalho é em formato oral ou escrito em papel.

 

 

Faz sentido que a avaliação seja no formato digital?

 

No meu ponto de vista, não faz. E, por isso, acho que não devemos stressar nem pressionar os miúdos com a questão das provas. Será suficiente perceber e justificar depois, caso os resultados possam ser condicionados pelo meio em que foram realizados.

 

 

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